Vem, agora que a noite se finda
que a lua nova morrendo ceda
ainda, antes de desfalecer
sob raios do amanhã
e eu me atrevo a esperar a aurora
desejando o instante de
ser sua ilusão, embora,
já se passem as horas
e nem vieste
prá hora da consagração...
ajeito-me, sem roupa, sem jeito
com meu corpo desfeito
de tanta paixão...
anda, faça que o amanhecer seja
só o poder dos corpos em ação...
ainda sou aquela,
não mais a tão bela
mas, que na penumbra,
nua se revela, qual fada ,
recebendo a cavalgada do príncipe
louco, enfeitiçado...
tonto de emoção.; feito cavaleiro,
mas como um arqueiro
que, numa disputa pela amada,
luta e arrasa o rival...
corra, que a donzela já não mais
tolera esperar seu amante
envolta em nuas vestes,
ela se desveste
de alma e coração...
deixa em minhas entranhas
toda a sua sanha de penetração.
Cida Piussi
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