(Walter Kempowski, escritor)
Trad.: zé pedro antunes
É natural, não se pode falar sobre o tema sem deixar claro, insistentemente, que a língua alemã, como toda língua autônoma, estaria morta sem os empréstimos tomados aos outros idiomas. Houve períodos na história alemã em que os círculos influentes, com exclusividade, falavam o francês, e esta enrascada certamente não nos foi nociva, por mais que hoje nos pareça grotesca. Com o idioma francês, o pensamento racional do ocidente adaptou-se ao Esclarecimento. De modo bastante semelhante, deveríamos julgar também a adoção de vocábulos ingleses. Mas o que hoje acontece já passa dos limites. O desbarateamento da nossa língua não pode ser mais tolerado dessa forma. No entanto, receio, teremos de suportá-lo, e esperar que a língua, sempre viva, ela própria haverá de purificar-se.
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