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Teses_Monologos-->O códice do futuro.- Parte 1. -- 04/03/2003 - 13:55 (Jose Angelo Cardoso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O modo de produção do livro é lento demais para um mundo que sofre mutações vertiginosas a cada minuto. Os atrativos do livro empalidecem diante do turbilhões de possibilidades aberto pelos meios audiovisuais, enquanto sua estrutura e funcionalidades padecem, quando comparadas com os recursos informatizados, interativos e multimidiáticos das escrituras eletrônicas. Como se tudo não bastante, os custos de produção do livro impresso crescem agora em progressão geométrica, e não apenas no Brasil, chegando mesmo a ultrapassar os custos de muitos dos novos meios, mesmo dos mais sofisticados. Ora , como se sabe, a ampla difusão a preços baixos foi a principal responsável pelo sucesso da imprensa como forma de circulação de idéias a partir do Renascimento. Acho que o livro de papel não vai morrer, mas será um artigo de luxo, vendido em antiquários e lojas, para uma seleta clientela de resistentes nostálgicos. O livro já não exerce o poder de que dispôs antigamente, já não é o mestre de nossos raciocínios e sentimentos em face dos novos meios de informações e comunicações, de que doravante dispomos. Os textos de agora em diante, estariam fadados a uma existência eletrônica : compostos no computador ou numerizados, transmitidos por procedimentos teleinformáticos, eles alcançam um leitor, que os apreende num monitor.Com constituição de um importante acervo de textos eletrônicos, os quais poderão ser transmitidos à distância e ser objeto de um novo tipo de leitura, possibilitada pelo posto de leitura assistido por computador. No prefácio à obra de Henry - Jean Martin ( 1992:14) sobre a história do livro, o historiador Lucien Febvre , vislumbra um possível desaparecimento desse instrumento, tido como dos mais fundamentais na construção das civilizações modernas. Para o ilustre historiador, o livro, " que começou sua carreira na metade do século XV", parece hoje resumir-se a um acontecimento datado : Depois de ter contribuído para a revolução do mundo moderno, ele encontra-se agora constrangido a justificar o seu papel numa sociedade governada pela velocidade, numa sociedade em que as informações circulam segundo a temporalidade própria das ondas eletromagnéticas e das redes de fibras ópticas. Hoje , como o atual modo de produção cientifica o demonstra, o livro se tornou uma mediação inútil entre dois diferentes sistemas de gerenciamento de informações.Enquanto os inteletuais de seu tempo ainda discutiam a legitimidade do uso da máquina de escrever como substituta da escrita manual, Benjamin já apontava para o horizonte dos bancos de dados interativos e dos sistemas informatizados de hipertextos e hipermídias, que tendem a se impor como as formas escriturais da próxima etapa sucessora do livro impresso. Os prognósticos de Walter Benjamin ( 1978 ) se confirmam. Um número crescente de revistas especializadas não são mais editadas em papel, mas encontram-se agora disponíveis on line para assinantes. A mais nova geração de editores de textos já não pode mais ser encarada como uma mera ferramenta para auxiliar a escrita, mas como uma mídia nova, completa em si mesma, discos laser ( CD-ROM ) Já são atualmente veículos poderosos de informação, não apenas pelo impressionante volume de textos que se pode neles armazenar, mas também por seus recursos inovadores, tais como a possibilidade de localizar rapidamente qualquer palavra ou conceito, de produzir elos de ligação entre diferentes partes dos textos, de modo a permitir uma leitura não linear. O códice foi um formato característico de manuscrito em que o pergaminho era retalhado em folhas soltas, reunidas por sua vez em cadernos costurados ou colados em um dos lados e muito comumente encapados com algum material mais duro. A partir do século IV, os cristãos elegeram esse formato como padrão para as escrituras sagradas, de modo a diferenciá-las da literatura pagã, em geral escrita em rolos de pergaminhos. Até então, códice ( codex ) era o nome que os cristãos utilizavam para designar as escrituras sagradas. O códice torna-se a designação do próprio formato. Livro ( liber ) , entretanto, tinha uma conotação mais genérica e designava qualquer dispositivo de fixação do pensamento, seja ele de qualquer natureza na época. Com o tempo, isto é, com a expansão do cristianismo, o livro passa a designar exclusivamente o códice e ficamos sem um termo mais genérico para nos referir a qualquer outro dispositivo de fixação do pensamento. A verdade é que o livro impresso adotou para si o formato do códice e esse modelo plantou raízes tão fundas em nossa cultura que hoje se torna dificil pensar o livro como algo diferente. -José Angelo Cardoso.- Poeta, contista, artista plástico. Presidente-fundador da Academia Guairense de Letras. Continuação - Parte 2. Veja - atenção. ¸
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