NOSSA SENHORA DE SEVILHA
1. Dado a educação que tive
Na infância, em meu lar
Ou seja, o lar de meus pais,
Sou de me emocionar
Com qualquer simples história
Que ao pequeno dê vitória
Eu chego mesmo a chorar.
2. Esta que vou lhes contar
É uma das que eu lia
Num livro que papai tinha:
NA ESCOLA DE MARIA
Vejam que história bonita.
Quem em milagre acredita,
Vai chorar como eu fazia.
3. Reli, não faz muitos dias-
Dela, autor não se indica.
,
ANDRÉ DAMINO, é quem fica
Como verdadeiro autor
Uma vez que pesquisou
E narra, em linguagem rica.
4. O autor dignifica
O valor da devoção
Dum povo a Nossa Senhora
(A mãe do povo cristão),
Durante uma guerrilha,
Que a cidade de Sevilha
Escapou de invasão.
5. Dava-se a Revolução
Denominada Franquista
Contra o Governo Espanhol
Na época, então, comunista
E o ano mil, novecentos
E trinta e seis foi cruento
Nessa guerra de conquista.
6. A luta nacionalista
De Franco nessa campanha
Atingira a Capital
E mais cidades da Espanha.
E ANDRÉ DAMINO escreveu
Um fato que ocorreu
De uma batalha ganha.
7. Vendo a força tamanha
Do número de invasores,
Que já se aproximavam
Os pouquísimos defensores
Que Sevilha guarneciam,
Inutilmente pediam
Reforços a seus senhores.
8. Sabiam quantos horrores
Viriam com a invasão:
Fome, sede, sofrimento,
Mortes e humilhação.
Sem ter a quem recorrer,
Nada podendo fazer
Recorreram à oração.
9. Já tinham mandado, então,
Mensagens para Madri,
Para Málaga e Toledo
Para algum reforço vir,
Porém não houve resposta;
O Comando deu-lhes as costas;
Não deviam se iludir.
10.- Era inútil resistir!
Dissera o General
Queipo de Llano, que era
O Comandante geral
Da pequena guarnição.
Mas ele disse que não
Desistiria, afinal.
11. Era luta desigual
Porquanto Queipo de Llano
Tinha só duzentos homens
Contra todo um oceano
De soldados inimigos.
Mas arrostou os perigos
Do combate desumano.
12. Pondo em prática seu plano,
Colocou os seus soldados
À entrada da cidade,
Divididos nos dois lados
Da estrada, em meio à mata,
Que era a única rota exata
Pra Sevilha, sem cuidados.
13.Dentro da mata emboscados
Os soldadores defensores
Observavam a coluna
De tanques dos invasores,
Enquanto a população
Unida em oração
Cantava à Virgem louvores.
14. Enquanto nos seus temores
As pessoas de Sevilha
Rezavam na Catedral
Pedindo pelas famílias,
Não sabiam que lá fora,
Frente aos tanques, uma senhora
Se postara em meio à trilha.
15. Aliás, nem a “tropilha”
De defensores, ocultos,
Enxergava a mulher...
Porém, ouvia insultos:
“-Retirem essa mulher!
“-Perguntem o que ela quer.
“-Afastem-na seus estultos!”
16. Enxergavam alguns vultos
E os grandes tanques de guerra
Parados, sem se mover
Nem mais um palmo de terra.
E surgindo da escotilha,
Um capacete que brilha
E se ouve a voz que berra.
17. A força invasora emperra
Contida por força estranha,
E os comandados de Queipo
Arremetem com tamanha
Coragem e, de surpresa ,
Fazem do inimigo presa
Bem fácil. E a luta é ganha.
18. A ação virou façanha
Das forças do General
Queipo de Llano, que lutam
No campo de igual pra igual
Pois com os tanques parados
Ficaram aqueles soldados
Sem a arma principal.
19. Em cortejo triunfal
Levando os prisioneiros
Amarrados, pra Sevilha,
Como se mansos cordeiros,
Queipo de Llano indagou
Do comandante invasor
A razão do desespero.
20. Ele retrucou: “-Primeiro
Me Diga você quem é
A mulher com a criança
Que não quis arredar pé
Sempre me desafiando
Ante o carro do comando
E eu respondo o que quiser.”
21. Queipo não vira mulher
Nenhuma naquela estrada.
Atônito, indagou mais:
-E isso lhe importa nada?
Já massacrou tanta gente.
Pra você é indiferente
Só uma mulher parada...
22. Com a voz entrecortada,
Mas perfeitamente audível
Disse o chefe adversário:
“-Tinha ela um olhar terrível.
Que eu não sei explicar.
Não consegui comandar
Porque não era possível.”
23. Sua atitude incrível
Realmente me venceu
Meus nervos paralisaram
Não sei o que aconteceu
Meus tanques todos parados...
E aos primeiros tiros dados,
Ela desapareceu.
24. Daí a dias se deu
Notável constatação:
Vésperas da missa solene
Pelo Dia da Assunção.
Ao vestir-se a imagem
Perceberam que a roupagem
Sofrera alteração.
25. Todos sabiam que não
Se usava tais paramentos -
- Vestido, meias, sandálias
da Virgem... Só nos eventos
Solenes e especiais;
Guardados um ano atrás
Mas estavam poeirentos.
26. Observando atentos,
Perceberam os fiéis
Nas sandálias, meias, roupa
Lama seca em tons pastéis,
Como se alguém as tivesse
Vestido e também houvesse
Posto as sandálias nos pés.
27. Estando ali mais de dez
Testemunhas, que acudiram
Ao chamado do acólito,
Todas, no momento, viram
As sandálias bem surradas
E sujas, como se usadas.
E o milagre descobriram.
28. Um a um todos sentiram
Com a mesma intensidade
Que fora Nossa Senhora
A mulher que em verdade
Ao invasor enfrentara;
E as roupas régias usara
Para sair da cidade.
29. Vendo a ansiedade
Dos sevilhenses, contritos,
Que lhe pediam, rezando,
Por orações e benditos,
Que defendesse Sevilha,
Ela andou até a trilha
Vestindo os trajes bonitos.
30. Vendo os devotos aflitos
A cantar tantos louvores,
Sentia em seus corações
Que sufocavam as dores
Da invasão do seu solo...
Levando Jesus ao colo
Foi deter os invasores.
31. Era a razão dos rumores
De agora, na catedral.
Os fiéis, então, sentiram
O que se dera, afinal.
As roupas da Sua imagem
Ela usara na viagem
Até a área rural.
32. Pois era mais natural
Parecer simples mulher,
Ante a tropa invasora,
‘Inda mais andando a pé;
Desse jeito - camuflado -
Se resguardava o Sagrado
Contra pessoas sem fé.
33. Porque só crê quem quiser.
Quando Deus mandou Jesus
Passar um tempos conosco,
Trazer mensagens de luz,
Não foi pra forçar ninguém
Por milagres, nem também
Fazer caminhos sem cruz.
34. Se só milagre me induz
A crer num Deus Criador,
Os milagres que Jesus
Aqui na terra espalhou
Já bastavam... Foram tantos.
Houve mais, de outros santos
Que a História relatou.
35. Nossa Senhora optou
Por agir de forma tal,
Sem parecer um milagre;
Mostrando só um sinal
De que está sempre presente
E que intervém somente
Em caráter especial.
J- Julgo lindo esse sinal
O- Ocorrido em Sevilha,
A- Atendendo ao seu povo
Q- Que andava em boa trilha,
U- Um milagre fez Maria...
I- Inspirado eu rezaria:
M- Mãe de Deus! Mãe Maravilha.
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