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Contos-->Cabeça doida -- 28/02/2005 - 21:43 (Francisco A. Florence) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Fui internado porque ouvia um barulho estranho que me acompanha desde 1985.
Foi nesse ano que peguei um problema mental.
Sou de Alagoas e vinha do nordeste para São Paulo.
Não agüentei a viagem. Em Volta Redonda deu um papuco, fez pof, veio dor de cabeça além da conta e fiquei embananado.
Os passageiros do ônibus nada perceberam e continuei a viagem.
Em São Paulo fiquei quarenta dias assim, meio tonto, não acertava com as ruas, não tinha juízo certo e a cabeça doendo.
Voltei para Maceió. E me tratei e fiquei bom.
Nessa última vez, faltou um remédio. Quando a doença volta, fico sem ver o mundo, sem conversar e tapa a visão. Fico parado num canto e preciso ser guiado pela mão dos outros. O pensamento acaba. E acaba de tal maneira que não sei que dia é o dia e desconheço o pessoal que conhecia.
Nasci mesmo em 1954 e, para votar, me aumentaram dois anos, porque antigamente os candidatos faziam isso com a gente.
Em 1970, quando tinha dezesseis anos, um homem se candidatou para prefeito e disse que tirava minha certidão de nascimento, aumentando minha idade.
Naquela época eu ainda não tinha certidão porque lá era assim mesmo, quando nascia uma criança só se levava para registrar depois de grande.
Por isso, minha doença começou mesmo quando eu tinha trinta anos.
Eu não tenho vergonha de falar: tomava remédio e bebia pinga.
E sou fumador, num sabe?
De beber eu larguei. Mas fumar, eu fumo.
Quando parei de tomar remédio voltou todo o problema.
Mas agora, depois de me internar, fiquei bom.
Acabou tudo; a barulheira, a coisa estranha, as vozes esquisitas que eu não entendia, o barulho de motor. Coisas da mente, coisas que não existem.
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