A cada novo risco no meu carro,
Que me enche de vontade de matar,
Reflito sobre este país bizarro,
Com também coisas belas a mostrar...
Depois, bufo e me acalmo, pois esbarro
Na impotência a respeito, salutar...
Se cultivasse o vício do cigarro
Por-me-ia a fumá-los e a tragar...
Se olho em volta, lá está dos pichadores
A obra gloriosa... Um tanto mais acima,
Impunidade, achaques, roubo, fisco,
Os nobres deputados, senadores,
O presidente, o inamovível clima...
Que se dane, de vez, aquele risco!...
02/2006
Página 2006-021 de "O Poeta Eletrônico" |