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Poesias-->POEMA PARA UM AMIGO -- 01/03/2006 - 22:53 (Tânia Cristina Barros de Aguiar) |
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decido-me
por todas essas janelas abertas da alma
recupero os gestos da minha doçura
decido-me
por todos os versos que abandonei
por tornar à doce névoa
às marés
– eternamente vazam e enchem
como eu
arrasta-me a memória das noites
- céus que se estrelam para esfriar
na brisa fresca da manhã que sempre chega
parto logo
talvez não volte
os pequenos peixes e seus anzóis dourados
ficam para trás
trazem meus olhos as águas ancestrais
areias e fogueiras longínquas
- insisto em queimá-las
lumes perfumados
a me tomar dias inteiros
meu verso está lá
nas marolas
nos peixes que se entregam a anzóis famintos
para encher os dias de alegres horas
- celebrações mais simples das mesas toscas
poéticas – farinha, aguardente, risadas boas
é o que pertence a mim
desde o sempre
parto logo
posso não voltar
ao que verdadeiramente nunca tive
(pequeno improviso para meu amigo velho urso)
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