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Cordel-->MESTRE NILSON E A FOLIA ESTRELA DO ORIENTE -- 13/05/2010 - 09:41 (pedro marcilio da silva leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MESTRE NILSON E A FOLIA ESTRELA DO ORIENTE




Foi uma estrela que anunciou
o nascimento do filho de Deus.
Ele trazia a boa nova do Senhor
que viria para redimir os seus.
Com ele a palavra em oração
que no arrependimento é perdão
transforma em crentes os ateus.


Numa manjedoura descansava
quando os reis Lhe presentearam
com Ouro que no Oriente brotava
Incenso e Mirra que perfumavam.
Pela estrela guia foram orientados
e diante do Nascido deslumbrados
todos os reis ajoelhados ficaram.


Na cidade de Belém toda estrelada
era o Reis dos reis que nascera
e mesmo com soldados na estrada
o poderoso Herodes não vencera.
É como dizer o bom já nasce bom,
Uma bela canção já nasce no tom.
É assim desde o início dessa era.


A Folias de Reis canta este feito:
o marco primeiro da cristandade,
o nascimento do Deus verdadeiro
que veio para redimir a humanidade
perdoando os hereges arrependidos
consolando das dores os sofridos
iluminado corações de humildade.


No Brasil, nas roças e nos sertões
e em muitas das nossas cidades
é cultura antiga, é fé, são tradições
já arraigadas em nossa cristandade.
São cultuadas com a perseverança
de abnegados cheios de esperança
de manter viva a nossa brasilidade


através da representação cênica
do encontro com o menino Deus
pela Sua adoração, e com a vênia
para todos, os ricos e os plebeus.
É a cultura de um povo de paz
que em seu coração o amor traz
para sempre doar aos irmão seus.


O Rio de Janeiro, celeiro das folias
que sempre reluziram em cidades
como Vassouras, Duque de Caxias
Italva, Parati e outras estandartes
como Valença e Rio das Flores
e o Grande Rio com as suas cores
que em “Folia de Reis” é baluarte.


No Arraial do Cabo a representação
fica com a boa Estrela do Oriente
com Mestre Nilson na coordenação
Davi, Rosa, Zé Carlos e muita gente
que gosta do que faz e faz com amor
que mais que cultura popular, é flor
e, o menino da folia é uma semente.


Semente que vai desabrochar folião
como palhaço, mestre ou sanfoneiro.
Semente que mantém nesta nação
a cultura popular do povo altaneiro
orgulhoso da sua formação cristã
otimista do dia melhor no amanhã
da arte e da cultura, um guerreiro.


Lá pelo final da década de quarenta
bem no ano de 1939 precisamente
nasceu o mestre que a folia orienta
nos seus preceitos, religiosamente.
Para mestre Nilson Soares Moreno
na sua folia não tem mais ou menos
e ele mantém suas raízes fielmente.


Aos nove anos em Italva onde nasceu
já acompanhava o pai, grande cabedal
Antônio Moreno de Souza, e um tio seu
também Moreno mas que era Juvenal
comandando a Estrela Dalva, uma folia
que foi a primeira paixão, sua alegria
desde a infância em sua cidade natal.


Paixão esta que não mais o largou
por todo tempo que em Italva viveu
até o dia que esta cidade ele deixou
para vivencias que o destino acolheu
em Cabo Frio, na região dos lagos
onde continuou mantendo os afagos
na Folia que foi sempre tudo de seu.


Em 1971, com outros foliões amigos
entre os quais o Álvaro José Vieira
que era de Italva e era o mais antigo
fundaram uma folia bem verdadeira
uma estrela que brilha prá toda gente
a formosa Folia Estrela do Oriente
que sua luz vai brilhar a vida inteira


Mestre de obra na construção civil
hoje, aposentado, tem na dedicação
desta cultura imaterial do Brasil
o esforço de corpo, alma e coração
o imprescindível desejo de se dar
a uma pobre de recursos e popular
arte que só se é artista por paixão.


E a Folia é arte de um do povo
que desabrocha dentro do coração
de gente que faz do velho, o novo,
renovando sem deixar a tradição.
Um povo na paz de sua humildade
rica de valor em sua generosidade
transbordante em toda sua emoção.


A riqueza da alma e da indumentária
transformando-os em alferes, marechais
independentes de suas faixas etárias
soldados ou até mesmo em generais
são músicos, repentistas, cantores
guerreiros da arte, são gladiadores
incansáveis, são mestres magistrais.


Desse elenco de artistas com fama,
companheiros de embates memoráveis
da praia do Siqueira, José Santana
com Dunga de Italva, são notáveis
assim com de Manoel Correa, Vilcimar
e Alvinho mais o Eldeci para lembrar
de São Cristovão que são formidáveis.


De sanfoneiros falamos com precisão
falando de Morro Agudo ou Manuel
Gessi da Praia do Siqueira é campeão
Sebastião Margarido, a sanfona no céu
que por aqui deixou saudade por demais
pelos arranjos que fez e fole é capaz
como uma música por traz de um véu .


Dos palhaços, soldados de Herodes,
como José Carlos um grande artista
e Gustavo também do mesmo porte
que nunca deixa uma folia na pista
são como ases do ritmo os foliões
que como um coração em pulsações
é a competência que logo se avista.


É Nilson Soares Moreno, um baluarte,
um homem que da cultura é produtor
e, toda a sua ação é voltada pela arte
assim como uma missão, um semeador
que mantém viva a cultura popular
em sua raiz, sua tradição, seu semear
das sutilezas de um mestre semeador.


Como Arraial do Cabo emancipou-se
da sua matriz a cidade de Cabo Frio
a sede da folia, cabista tornou-se
e com nosso mestre formou um trio
apesar da estrada que a as duas liga
que só se passa por ela fazendo figa
por ser perigosa que dá até calafrio.


Mas a cultura de um povo é tão forte
que seus obstáculos são destruídos
por destemidos personagens do porte
de gigantes, audazes e aguerridos
que apesar de todos os dissabores
de uma garra colossal são portadores
e sempre alcançam seus objetivos.


A essa legião de agentes culturais
o governo brasileiro é grande devedor
pois são eles representantes naturais
da alma de um povo em seu pendor
para as coisas puras feitas de coração.
Na arte feita pela voz, os pés, as mãos,
em louvor a seu Deus, seu Criador.

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