Graça da Praia das Flechas
As luzes da Ribalta
apagaram-se,
o que fazes aí ainda,
palhaça sem platéia?
Será que não percebes
que perdestes a graça,
que teu sucesso foi efêmero,
como efêmera é
a beleza de uma rosa?
Que estás murcha
e já não tens o perfume
e o esplendor de antigamente?
Que, tuas piadas
já não fazem mais rir à ninguém?
Pobre palhaça sem graça,
desças deste palco,
ele não te pertence mais!
Não precisas mais representar,
sorrir mesmo quando tinhas
vontade de sentar e chorar....
Saia daí, volte sozinha
para teu canto,
pois nem sequer
sobrou alguém,
para te ajudar a descer....
Tuas pernas já estão bambas,
a velhice vem rapidamente,
não notastes isto ainda?
Por que tivestes a ilusão,
de que ainda haveria
público para ti?
Foi pura maldade
o que te fizeram, pobre palhaça....
Acreditastes em quem não devias,
agora não adianta chorar,
tua hora terminou,
não haverá mais espetáculo,
onde tu eras a figura central,
acabou-se....
Vá derramar tuas lágrimas
em outro lugar,
aqui na Ribalta,
tu não podes mais ficar,
Pobre Palhaça sem Graça....
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