SUJEIRAS
Uns vivem na sujeira de verdade,
passando fome, tendo sofrimento:
são mendigos que estão sem tratamento.
Desprezados estão pela cidade.
Já outros, na sujeira da maldade,
vivem bem sem um só constrangimento:
são desonestos com bastante alento.
Entrosados estão na sociedade.
A sujeira daqueles é externa.
Pode ser limpa em água simplesmente,
o mais comum solvente nesse mundo,
enquanto a destes outros fica interna
e macula o moral eternamente,
pois nenhum solvente age nesse fundo.
(23-11-1991)
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Texto que publiquei no livro Coletânea de Poesias - Usina de Letras – 2005.
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