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Poesias-->O ECO - GIÓIA JÚNIOR -- 11/02/2006 - 16:41 (Filemon Francisco Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O ECO



GIÓIA JÚNIOR (atendendo pedido da leitora Ely, de Fortaleza – Ceará)





O que posso fazer se a vida, a glória fez-ma

rotineira, a ilusão não muda, é sempre a mesma.

Que fazer se o prazer é sempre essa utopia

de um minuto feliz! A maior alegria

é ligeira, é fugaz como uma gargalhada,

... inunda a sala e cessa e volta para o nada...

Que fazer para ter alguma recompensa?

Mecânico e fatal o eco responde: ...pensa...



Pensar? Como, pensar? Perder a mocidade

no egoísmo sem razão dessa inutilidade...

Pensar apenas? Não, teria acaso um fim,

pensar, pensar, pensar... de mim e para mim?

Esgotar a existência em um plano ilusório,

sozinho usufruir da paz de um escritório?

Quero menosprezar a vida dissoluta...

Mecânico e fatal o eco responde:...luta...



Lutar... porque lutar... ver bandeiras ao vento,

tambores e clarim, galões e fardamentos,

ver o sangue jorrar em vis revoluções,

ver Césares, Pompeus, Felipes, Napoleões...

Lutar... porque lutar, se essa glória que embriaga

tem o brilho na aurora e no poente se apaga...

Quero mais, muito mais... quero a brasa que inflama.

Mecânico e fatal o eco responde:... ama...



Amar... amei a vida e a vida é tão ingrata...

“Traz o pó que alimenta o micróbio que mata”...

Não, de modo nenhum, permaneço na teima...

“A fogueira que aquece é a mesma que nos queima.”

Amar, de que nos vale amar se o amor é vário,

se ao beijo tem seqüência as dores do calvário...

Quero fugir do mundo e procurar a calma...

Mecânico e fatal o eco responde:... alma...



Alma... quando escutei essa palavra, quando

meditei, vi que havia uma força operando

além da compreensão... vi que o meu ódio acerbo

era a minha impotência ante o mando do Verbo.

Quando, porém, notei que a paz aurifulgente

está em nós firmada... algo puro, inerente

ao nosso próprio ser... chama viva e sagrada

que opera no interior sem depender de nada.



Alma... quando notei que em meu corpo carnal

morava um universo, uma essência imortal,

entreguei-me a Jesus e firmado em seu nome,

na vivificação matei a minha fome.

Pensei... soube pensar em seu reino... lutei

sem medo de derrota ao lado do meu Rei...

Amei aos meus irmãos. E agora em mim revive

a encantadora voz do eco bradando: VIVE!



São Paulo, Julho de 1948.

(Do livro “O CANTICO NOVO” – páginas 25/26)

Comentarios

HELENA FLORA NEVES SOUSA  - 05/02/2024

Belíssimo, uma de minhas poesias.favoritas amei reencontrar este poema.de.Gioia.Junior

HELENA FLORA NEVES SOUSA  - 05/02/2024

Belíssimo, uma de minhas poesias.favoritas amei reencontrar este poema.de.Gioia.Junior

Elenice de Paula   - 26/02/2023

É o poema mais lindo que já vi! Porém nunca o tinha visto escrito,mas decorei-o, ao ouvi-lo há de mais de 60 anos. E hoje irei declamá-lo, pela primeira vez, em minha igreja.
PIBTeresopolis-RJ

Miriam Paulino  - 20/04/2020

Pura realidade atualíssima dos que está desiludido com a vida. Daqueles com os seus próprios esforços procuraram um significado pata a vida é só encontraram frustrações, mas quando se passou a meditar em algo sobrenatural, imortal, descobriu o verdadeiro Amor., que impulsiona e da significado para a verdadeira Vida. Poema magnífico.

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