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Humor-->O Planeta Vermelho e o Espetáculo do Crescimento -- 25/08/2003 - 15:36 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O Planeta Vermelho e o Fenômeno do Crescimento
(por Domingos Oliveira Medeiros)

Senhoras e Senhores! Luzes, Câmeras e Ação! Vai começar o espetáculo do crescimento. O espetáculo grandioso do firmamento. Vamos olhar para o céu. E vamos verificar os acontecimentos. Tudo terá início, sem demora, já agora. No próximo dia 27 do mês de agosto corrente. Deste ano de 2003. Ano das estrelas. E, em especial, da estrela vermelha. A cor do planeta Marte. Nosso vizinho no sistema solar.

Naquele dia – dia 27 - , os dois planetas estarão mais próximos um do outro. Uma distância de 55,76 milhões de dólares, digo, de quilômetros, dizem os astrônomos. E, muito provavelmente, a reforma tributária ainda não terá sido aprovada, tamanha a distância entre o projeto do governo vermelho e os atores interessados: governadores, prefeitos, empresários e banqueiros.

O evento é conhecido como “oposição”, momento em que Marte e Terra, vale dizer, direita e esquerda, estarão perfeitamente alinhados; do mesmo lado do sol, isto é, da luz que ambos procuram para aparar as arestas e aprovar as reformas pretendidas pelo governo.

É bom lembrar que isto, se vier, de fato, a acontecer, será coisa rara, pois, segundo os astrônomos, só acontecerá novamente, daqui a dois anos. Se houver reeleição, bem entendido. E se Marte não vier a mudar de cor: do vermelho para o azul. Ou para o verde-oliva, que, nesse caso, será o eclipse total da lua, tornando tudo escuro; tal como o “apagão”, já conhecido de todos.

Para comemorar o evento, o governo está armando um grande circo. No palco deste espetáculo estarão os artistas de sempre. O trapezista mais famoso, o presidente do Banco Central, que, junto com os juros, lá do alto, balançando ao vento, assustarão a todos os convidados: industriais, comerciantes e platéia em geral. Só os banqueiros aplaudirão a coragem e a persistência do trapezista.

O ministro do Planejamento apresentará, mais uma vez, o seu número, que o tornou famoso na arte do contorcionismo: fazer mil piruetas no orçamento, a fim de sobrar algum trocado para investir no social. Deixando as reservas para o pagamento dos juros da nossa imensa dívida.

Haverá uma grande apresentação de equilibristas. Artistas da classe média, que insistem em manter o seu padrão de vida, a despeito da queda do poder de compra. E gente que mostrará suas qualidades de exímio “faquir”: passarão, um mês inteiro, apenas com R$ 240 reais no bolso. E ainda encontrarão tempo para sorrir, contar piadas e engravidar sua mulher. E depois ainda insistem em dizer que o nordestino é, antes de tudo, um forte. É muito mais do que isso.

E, não poderia faltar, no picadeiro, a presença dos mágicos Palocci e Ricardo, especialistas em ilusão de ótica. Vão demonstrar para todos os presentes, que a volta do crescimento se dará, apenas, com a aprovação da reforma da Previdência - principalmente com a taxação dos inativos -, e com a queda dos juros. O resto virá por obra e graça da magia negra. Vale a pena conferir.

Não será preciso nenhuma proteção para observar o fenômeno do crescimento sustentado. Basta olhar para cima e esperar o bolo crescer. O governo montará telescópios gigantes e modernos, para garantir boa visibilidade. Assim, será possível olhar o fenômeno em detalhes. E enxergar programas como o Fome Zero, Primeiro emprego, e geração de dez milhões de empregos, que, apesar das desconfianças de alguns, existem de verdade, e estão nas estrelas, para quem quiser constatar.

E, finalmente, os bichos. Que não podem faltar em qualquer grande circo. Em qualquer grande espetáculo. Animais que vieram da China. E que compõem o horóscopo Chinês, mas que são velhos conhecidos nossos: rato, boi, tigre, dragão, serpente, cavalo, cabra, macaco, galo, cachorro e porco. Não é muito difícil relacionar cada animal com os nossos ferozes integrantes da fauna do pão nosso de cada dia.

A taratóloga Alice Schroeder, em reportagem publicada no JB deste domingo, deu algumas dicas. Segundo ela, Brasília nasceu no ano do rato, o que revelaria a ambição como uma das características do rato, que influencia a população local.

Ainda, segundo a especialista, 2003 é o ano do carneiro. Artes, cultura e solução de problemas. A emotividade e a sensibilidade herdadas do carneiro se refletem nas pessoas, de acordo com Alice. Mas, essas característica podem aflorar tanto em seu lado positivo, como no lado negativo. Em Brasília, o lado negativo está predominando. E no mundo, de certa forma. Principalmente por conta dos conflitos no Afeganistão e no Iraque. É muito rato e muito buraco.

O macaco regerá o ano de 2004. Será o ano do “jeitinho”. O ano do macaco sugere malandragem. Será que teremos reeleição? E todos seremos enganados por ratos e macacos? Ou teremos outro presidente tentando cantar de galo? E passar, mais uma vez, o rolo compressor pelo Congresso Nacional?

Não se pode acreditar em horóscopos, e coisas do estilo. Mas, é sempre bom colocar as barbas de molho. O dragão, por exemplo, representa, cá no Brasil, a inflação. Que sempre está nos rondando. E tem servido de desculpa para o governo, sempre que pretende justificar os elevados patamares dos juros praticados. Na verdade, tudo não passa de conversa para boi dormir.

Finalmente, e terminando esta nossa conversa sobre o grande espetáculo circense do crescimento, resta fazer alusão a dois animais que pertencem ao elenco brasileiro: O marido da cabra, o bode, que aqui pode ser representado pelos aposentados e servidores públicos em geral; que têm sido o “bode expiatório” de todas as crises deste pais.

E, por fim, a maioria dos políticos, que prometem e não cumprem com suas promessas, enganando o povo com mentiras, representando o próprio “amigo urso”, que trata seus eleitores como porcos e cachorros, depois da eleições.

Vamos, todos, portanto, no dia 27, olhar para os céus e procurar entender o fenômeno do crescimento, para que, nas próximas eleições, saibamos separar o joio do trigo, isto é, não confundir tigre com serpente, de modo a que não mais caiamos do cavalo.

25 de agosto de 2003



















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