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Contos-->Internato para moças (IMPRÓPRIO PARA MENORES) -- 24/01/2005 - 09:52 (CARLOS CUNHA / o poeta sem limites) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos









IMPRÓPRIO PARA MENORES





INTERNATO PARA MOÇAS


Ela havia chegado naquele internato há três dias. Não queria ir para ele, mas seus pais a forçaram. Não houve argumento que os convencesse deixá-la continuar os seus estudos na escola em que freqüentava.
Eles tinham as suas razões em mandá-la para lá. Estava só com dezesseis anos, era completamente dependente deles, e não podia fazer as coisas e levar a vida conforme queria. Há algum tempo deixara de ser a filha cordata e obediente que eles tinham. Vinham recebendo reclamações da escola em que ela estudava, suas notas estavam péssimas e muitas vezes já tinha saído de casa vestindo o uniforme escolar, para ir as aulas, mas nem tinha aparecido na escola.
Alguns rapazes que estudavam na mesma escola que ela, e eram seus amigos, haviam sido detidos por porte de droga e a melhor amiga que ela tinha, uma menina com a mesma idade dela, engravidara de um colega e se negava, ou não sabia, dizer para os pais quem era o pai da criança que esperava.
Muito preocupados resolveram colocá-la em um colégio interno só para moças. Relutaram bastante antes de tomar essa decisão. Principalmente a sua mãe não gostou da idéia de ter a filha afastada de casa, mas o fizeram para o bem dela. Antes que acontecesse com ela algo ruim, como tinha acontecido com seus amigos, era melhor que nessa fase difícil de sua adolescência tivesse uma educação rígida e controlada.



Fazia muito pouco tempo que havia chegado a aquele lugar, mas já odiava tudo ali. Sentia falta dos amigos que tinha e da liberdade em que vivia. Ali todas as meninas pareciam e se comportavam como robôs. Todas vestidas iguais, usando o tempo todo o uniforme do colégio, e cumprindo horários rígidos e obrigações para ela absurdas. Tinham que acordar bem cedo para freqüentar, além das matérias incluídas no currículo normal de uma escola, aulas de tricô, de cozinha, de religião, de corte e costura. Um monte de ocupações sem interesse e chatas para uma menina de sua idade. Se ficasse muito tempo ali sem os malhos do garoto com quem estava ficando, sem um "baseado" pra fazer a cabeça e outras coisas das quais gostava, e estava acostumada a ter, com certeza morreria de tédio.
Quando chegou foi levada a um dos quartos, o qual ia dividir com outra aluna. No guarda roupa, que havia nele, ela encontrou roupas e uniformes dela, jogados pelo quarto vários objetos que pertenciam a ela e no banheiro viu a sua escova de dente, mas a sua cama estava vazia.
A irmã (todo o corpo docente, as funcionárias e a direção do internato era composto de mulheres, todas elas freiras da ordem Carmelita) que a levou até ele disse que aquela que seria a sua companheira de quarto estava com a mãe doente e por isso tinha ido passar alguns dias em sua casa. Que deveria voltar logo e que ela ia gostar muito dela. O que duvidou, pois para ela tudo ali parecia insuportável.



No entardecer daquele terceiro dia estava enfiada em seu quarto. Tinha dito para as irmãs estar sentindo uma forte dor de cabeça, mentira que usou para não ir as aulas caretas que tinha de aturar. A porta dele foi aberta e por ela entrou uma garota, muito mais alta e aparentando ser um pouco mais velha do que ela, carregada de bolsas e sacolas. Jogou-as sobre a cama que estava vazia, olhou para ela e falou:

- Oi, você é nova aqui, não é? Só espero que não seja mais um aprendiz de santinha. Se for te puseram no quarto errado, vai ser uma merda pra nós duas.

- Oi, ela respondeu. Eu acho que não sou e nem tenho vontade de ser santa não. Você é que mora neste quarto e tinha ido para casa ver a mãe doente?

- Sou eu sim, só que a minha mãe não estava doente coisa nenhuma. Era só uma enxaqueca e falta do que fazer. Eu aproveitei para convencer a velha de que ela não estava bem e de que precisava de mim em casa. Foi a única maneira de ficar uns dias longe deste hospício que chamam de escola. E você, como veio parar aqui?

- Meus pais me forçaram a vir para cá. Eles são quadrados demais e acharam que eu estava tendo uma educação errada na escola em que estava. Não aceitam os amigos que eu tenho nem querem que eu passeie e me divirta. Acho que eu tinha que ter vocação e estudar pra ser freira para eles me acharem uma boa filha.

- É, meus pais também são bastante caretas. Já faz dois anos que me mandaram para cá e no começo eu odiava este lugar. Agora até que eu não acho muito ruim. Talvez você venha a gostar daqui.

- Duvido.



Depois de ficar três dias sem conversar com nenhuma das outras alunas, assistir as aulas, a que era obrigada, sentada na última carteira da classe completamente calada e responder, cheia de má vontade, as perguntas que lhe eram feitas pelas professoras ou por uma das irmãs, foi maravilhoso aquele bate papo. Achou simpática aquela garota e não podia negar que ela era muito mais bonita que qualquer uma das suas amigas. Ajudou ela a desfazer suas malas, trocaram confidências e quando chegou à hora do jantar foram juntas para o refeitório. Pela primeira vez, desde que chegou ali, comeu uma refeição com gosto.
Depois do jantar sua nova amiga a convidou para passearem pelo jardim que circundava o internato. Ficaram nele várias horas conversando. Já era bem tarde quando voltaram para o dormitório e foram para ele de mãos dadas, brincando e gargalhando, como se fossem irmãs ou velhas amigas que tinham um grande carinho uma pela outra.

- Vou tomar uma ducha antes de deitar, sua nova amiga lhe disse assim que entraram no quarto.

- Eu vou depois. Quero ler um pouco antes, ela respondeu e pegou uma das revistas que tinha trazido quando chegou.

Mal tinha se sentado, em uma velha poltrona que havia no quarto e aberto à revista, quando escutou ser chamada:

- Marcinha, da pra você dar um pulinho aqui?

Ela largou a revista aberta sobre a poltrona, em que estava sentada, e foi ver o que a sua amiga queria. Abriu a porta do banheiro e quando viu a sua amiga nua, ficou deslumbrada com a beleza e a perfeição do corpo que ela tinha. Debaixo do chuveiro, com seus longos cabelos amarelos encharcados, ela irradiava sensualidade. Suas pernas eram longas, com coxas roliças e grossas, seus seios eram rijos e as nádegas firmes. A pele era sedosa, com um leve bronzeado sem as marcas deixadas pelo biquíni, como se ela tomasse nus seus banhos de sol. Ela ficou na porta do banheiro, admirando a beleza do corpo de sua amiga, até que ela lhe falou:

- Me faz um favor? Esfrega as minhas costas com a esponja. Eu não consigo sozinha.

- Claro, esfrego sim. – Ela pegou a esponja, já cheia de espuma perfumada, e começou a esfregar-lhe as costas.

- Venha tomar um banho também. A água está a maior delícia.

- É, até que não é má idéia. Tirou a roupa e entrou sob o chuveiro ao lado da amiga.

- Deixa que agora eu esfregue as suas costas, a amiga lhe disse.

Ela sentiu a esponja ser passada com muita suavidade em suas costas. Um leve arrepio a possuiu quando ela subiu para o seu pescoço, desceu pelo lado do corpo até a sua cintura e foi como se estivesse recebendo uma carícia quando começou a ser passada em suas nádegas. A amiga deixou a esponja cair no chão e com suas mãos, leves e suaves, continuou a passar a espuma perfumada e macia pelo seu corpo. Não compreendia a grande excitação pela qual era possuída. Nunca estivera nem próxima de um contato físico com outra mulher. Só sabia que era delicioso ser tocada e alisada por sua nova amiga.

- Você já foi beijada por uma mulher? - Sua amiga perguntou com um sorriso angelical nos lábios e sem parar de alisar carinhosamente o seu corpo.

- Não, nunca. Eu só transei com meninos.

- Estou com muita vontade de te beijar, posso?

Ela não respondeu nada. Fechou os olhos e sentiu que seus lábios ansiavam por ser beijado pela mulher que alisava o seu corpo. Quando a boca molhada de sua amiga encostou-se na dela eles se abriram e receberam, com imenso prazer, a língua que era em sua boca introduzida. Beijaram-se com ardor. Nunca um garoto a tinha beijado com tanto calor ou ela saboreado tanto um beijo de um deles.
Muito delicadamente sua amiga a sentou no ladrilho molhado do chão do banheiro, empurrou seu corpo para trás, abriu as suas pernas e colocou sua cabeça entre elas esparramando seus cabelos amarelos e encharcados de água sobre suas coxas. Começou a lamber a sua vagina e introduziu sua língua áspera nela. O barulho que sua amiga fazia enquanto a chupava e bebia o líquido leitoso que escorria dela, mais o som da água morna que caia do chuveiro sobre elas, encobriu o gemido profundo de prazer que ela soltou.



Dias depois sua mãe recebeu uma carta dela. Nela dizia ter passado os primeiros dias no novo colégio, muito revoltados e magoada com ela e com o pai, mas que agora compreendia que eles fizeram o que acharam ser melhor para ela. Contava que tivera tempo de pensar bastante e que dava razão para eles. Eles estavam certos em achar que as amizades que ela tinha eram pessoas vazias e superficiais. Que entre as pessoas que conhecera fizera uma grande amiga e que nas férias, quando fosse para casa, a levaria com ela para a conhecerem. Tinha certeza de que eles iriam adorá-la. Só não contou que toda essa mudança que com ela aconteceu foi por ter conhecido uma lésbica, por ela ter se apaixonado e aprendido gostar de transar com outra mulher.




CARLOS CUNHA:texto e produção visual






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CARLOS CUNHA/o poeta sem limites

dacunha10@hotmail.com
















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