Está no chão o corpo do suicida,
única coisa errada nesse ambiente,
além do copo em que água e formicida
levaram-no ao além, conscientemente...
Por que assim decidiu pôr termo à vida?
Um bom profissional, sério, exigente,
situação financeira definida,
nada augurava o gesto comovente...
Olho de cima a abaixo toda a sala,
buscando achar motivo racional
para o ato extremo: um livro, uma bengala,
um busto de Caxias feito em prata
e então dou conta do invisível mal:
a nostalgia, a solidão que mata...
12/2001
Página 52 de O Poeta Eletrônico
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