Entra na igreja, trôpego, o assassino
e toma o rumo do confessionário:
vai em busca de paz, conta ao vigário
o crime, cometido em desatino...
Enquanto ao fundo se ouve um sóbrio hino,
o padre escuta e pensa, em seu sacrário,
e dita a penitência: o temerário
gesto de se entregar – é o seu destino...
O choque da sentença inesperada
ao penitente amarga o coração,
pois, como a despertar com a pancada,
só então percebe a sua situação:
não deixará de ser alma penada,
já que só a morte lhe trará perdão...
12/2001
Página 45 de O Poeta Eletrônico
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