Vinte e um de Dezembro de 1805,
solstício frio deste nosso Inverno,
foste Bocage para o seio Eterno
em noss’ alma deixando forte vinco.
Na poesia reluzes como um brinco,
qual modelo completo e sereno,
tornando o rude Inverno mais ameno
e as sendas transitáveis com afinco.
Tu és, ó poeta Elmano, excelsa luz
neste nosso Parnaso transitório
carente da paixão que nos seduz...
Que aquele fiel engenho em ti notório
faça agregar em nós o alcatruz
qu’ a sede mate deste mundo inglório!
Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA |