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Humor-->2007: a crônica de uma política repetida e anunciada -- 15/08/2003 - 21:52 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Previsões Para 2007 – Atualização

(por Domingos Oliveira Medeiros)

Senhores passageiros. Estamos iniciando nossos procedimentos de pouso da aeronave, para conclusão parcial de nossa viagem, iniciada em outubro de 2002. Aos passageiros que aqui ficam, lembramos para que não esqueçam suas bagagens de mão.

Esperamos revê-los em nosso próximos vôos. Aos que continuarão a viagem, solicitamos que permaneçam sentados. Nosso tempo de duração no solo será o mínimo possível.

Informamos, ainda, que estamos, aproximadamente, a pouco mais de três meses do final de 2002 ;mas já podemos imaginar algumas mudanças que deverão ocorrer até o final dessa nossa viagem, prevista para dezembro de 2006 e início de janeiro do ano de 2007.

Há informações, da equipe de terra, que o tempo, no Brasil, nosso destino final, continuará nublado, com bastante névoa seca; mas, com fé e esperança, haveremos de aterrissar, pelo menos, com paz e relativa segurança. Isto se o crime organizado não criar qualquer obstáculo, principalmente no que se refere a autorização para o pouso da aeronave.

Há notícias, de fontes oficiais, de que o desemprego está próximo de cem por cento; em conseqüência, será restabelecido, via medida provisória, o regime de escravidão no Brasil. Os aposentados foram os primeiros a serem prejudicados. A aposentadoria, desde janeiro de 2003, foi considerada, pelo governo local, como crime hediondo. E foi estabelecida a pena de morte para os aposentados.

Alguns inativos tiveram suas respectivas penas transformadas em prestação de serviços à sociedade, contribuindo, novamente, para cobrir os novos rombos e déficits da Previdência. Com a extinção do emprego, a coisa tende a piorar.

Assim sendo, o Partido dos Trabalhadores (PT) , que ganhou as eleições, não tem mais sentido de existir, e será extinto. Como de resto, todos os partidos de oposição ao governo de Fernando Henrique Cardoso, incluindo parte do PFL e parte do PMDB, que ainda continuam indecisos, imprecisos e sem o que fazer, depois que a esquerda tomou o poder e deu uma guinada à direita.

Há registros de que todos os servidores públicos serão exonerados e, por conseguinte, acaba-se, finalmente, com o serviço público e com os privilégios no país do futuro.

As forças Armadas já estão sem forças. E seus pracinhas foram até dispensados mais cedo. Faltam recursos para alimentação e fardamento. Armas e munições nem se fala. Este desmonte, aliás, foi iniciado em 1995, pelo, então, presidente FHC. Aquele que inventou o “apagão”. Ele disse que tem pavor de armas. E de vaias.

Os aposentados, mais ricos, perderão todos os seus direitos e serão obrigados a devolver seus proventos ao Erário Público, com juros e correção monetária, incluindo a contribuição previdenciária, sob pena de serem condenados por enriquecimento ilícito.

Os economistas, que fazem parte da equipe econômica do governo, passarão a ser considerados verdadeiros bruxos; e serão perseguidos pela Igreja, acusados de magia negra.

Alguns deles, antigos servidores do Banco Central, e dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, serão enforcados e queimados vivos, em praça pública, sob o delírio e aplausos incontidos da população.

Os banqueiros, que foram afastados de seus bancos, e sem ter, como sempre, qualquer trabalho a realizar, principalmente em benefício da sociedade e da população menos favorecida, serão agraciados e receberão títulos de nobreza; e passarão (ou continuarão) a viver às custas do novo governo. O que significa dizer que a população continuará a pagar pelo erros e desmandos alheios.

Para acabar com a violência, e as enchentes nos Estados, os governadores aproveitaram as chuvas para transformar as cidades alagadas em imensas hidroelétricas.

Cresce a epidemia de Dengue, dos tipos um, dois, três, e até “n”, de febre amarela e de outras doenças infecto-contagiosas. Mas a população, mesmo doente, e sem dinheiro, continua a acreditar na seleção brasileira que, à esta altura, já deverá ter perdido o hexa campeonato em terras alemãs. Muito provavelmente, a depender dos resultados, os nossos jogadores nunca mais retornarão ao Brasil.

Para diminuir o problema da seca do nordeste, o governo anexará, por decreto, os Estados do Piauí, Paraíba, Ceará e Pernambuco à Região Norte, onde a oferta de água é abundante.

Órgãos humanos serão clonados em série; e vendidos em supermercados, farmácias, Correios e até em casas lotéricas. Na semana do rim, por exemplo, será possível comprar o órgão pela metade do preço, com cheque pré-datado para sessenta dias, sem juros.

Morros e favelas, finalmente, passam a ser, oficialmente, território e reserva do narcotráfico e do contrabando de armas. O crime organizado passa a ter representação em quase todos os Estados.

Serão recriados o Banco Nacional da Habitação e o Movimento Brasileiro para Alfabetização, o MOBRAL, para coordenar, supervisionar e planejar as ações futuras, com vistas ao atendimento de moradia e educação dos filhos de escravos que vierem a ser alforriados no futuro.

O petróleo acaba no mundo todo. E o Brasil passa a vender cana de açúcar para os Estados Unidos da América, e comprar, a preço de dólar, o álcool produzido pelos americanos.

O Congresso Nacional é extinto; no seu lugar, cria-se o Instituto Nacional das Comissões Parlamentares de Inquérito, o INCPI. Os militares assumem o poder. Reinicia-se o movimento das “Diretas Já”, com o nome de “Diretas De Novo”.

Bisnetos, netos e filhos de políticos famosos, como Antônio Carlos Magalhães, Jader Barbalho, José Serra, Roseana Sarney, Lula, Bispo Macedo, José Serra, Ciro Gomes, Brizola, Enéas e Garotinho, entre outros, candidatam-se à presidência do novo governo.

A eleição termina com a vitória de um jovem alagoano, bem falante e simpático. O resto do filme todos sabemos. A história se repete.

Novos planos econômicos. Juros altos. Desemprego. Dívida externa em alta. FMI é a salvação. Reeleição dupla. Horário de Verão,em pleno inverno. Horário eleitoral. Presidente, em rede de televisão, diz que está tudo sob controle. Ministro da Fazenda, também, na televisão, diz que tudo é questão de tempo. Tem-se que esperar o bolo crescer para depois distribuir as fatias.

Tudo é questão de paciência. O governo gostaria de aprovar um salário mínimo maior. Mas o Brasil é o país do futuro. Vamos acreditar.

E tudo fica sob controle. Inclusive o Apagão. Com regras mais claras.

E a eleição. E as chuvas. E a dengue. E as esperanças do povo brasileiro. Tudo segue o seu ritmo normal.

Novos planos para conter a violência são anunciados. Em pauta, no Congresso, a Reforma da Previdência e a Reforma Tributária. Prioridades do governo.

A Reforma política e administrativa, entre outras, ficam no aguardo daquelas. Há promessas de aumentar o salário mínimo para 200 dólares – a longo prazo - Continua a coligação única. A infidelidade partidária. As Comissões Parlamentares de Inquérito. Presídios de segurança máxima são anunciados. Ninguém vai preso. E a vida continua. Do mesmo jeito. Pelo menos, até 2010.

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