*No Escurinho do Cinema*
Chegando na sala escura
O homem ficou aperreado
Onde está a luz tou ferrado
Não enxergo a fechadura
Primo é assim na cidade
Não precisa de tal alarde
O homem olhando na tela
Vendo a poeira na estrada
Tampou o nariz, que barrela
Vou gripar, que trapalhada
O carro vem, quede a grade
Não precisa primo de alarde
O tiro saiu de improviso
O moço gritou afobado
Vou sair deste perigo
Não entendo do babado
A moça disse cobarde
Sossega pra que alarde
Para calar o moço bonito
Deu-lhe um beijo na boca
O moço disperso e aflito
Gostou do flagra da moça
A luz acendeu de repente
Assim moça, fico contente
Relâmpago choveu na tela
Tiro zoou para todo lado
O trem parecia uma janela
Aberta caindo do seu lado
O moço quieto esperando
A moça? Fugiu do seu lado
SoniaNogueira |