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Cordel-->ZETÃO na Praia do Forte de Cabo Frio -- 15/08/2009 - 06:27 (pedro marcilio da silva leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Zé Tão na Praia do Forte em Cabo Frio


Zé Tão, nome estranho mas, explico:
podia ser Creuso, Bill ou Adamastor
que assim mesmo não me trumbico;
podia também ser Nabucodonosor
mas sou um pombo, não uma gralha
comedora de farelo e de migalhas;
da nata das empadas, sou comedor .

Devido a mudanças na base cultural
por ciclos em tempos já percorridos
e por transformação até antinatural,
é diferenciado um sabor ora sentido.
Ser, hoje, uma liderança consentida
meritória, conquistada ou merecida
dar prerrogativa do que será comido.

Por isso sou o cara, Zé Tão da praia
da família Columbidae Sá Boasorte.
Não entro em fria, não fujo da raia
e meu território é a Praia do Forte.
Por aqui mesmo um membro nosso
que há muito tempo teve um troço
sendo finado como frango de corte.

No tempo que um pé de Pau-Brasil
valia mais que muitos pés de cana,
piratas por aqui era pra mais de mil
e chegavam com sede, fome e gana.
Em nome de um rei é que chegavam
levando tudo de bom que achavam,
depois partiam em suas traquitanas.

Já nascido assumi responsabilidades.
Julgo querelas surgidas nos telhados
entre pombas afetadas por vaidades,
briga de pombos em seus quadrados
e as insatisfações dos freqüentadores
aborrecidos e mesmo aborrecedores,
que não devem vir a praia, enfezados.

E aí desenvolvi estudos psicológicos
através das observações sistemáticas
da sua fauna em seu jeito bem lógico
a as suas atrapalhadas problemáticas
que poderiam tumultuar a harmonia
desse azul e verde que é pura poesia
nesse pedaço onde a onda é mágica.

A qualquer dissonância apresentada
vêem aos gritos clamando: Zé, tão !
a as reclamações todas em disparada
se sucedem para a minha solução...
É um tal de Zé, tão fazendo aquilo
ou : - Zé, tão fazendo outro daquilo
que fico mesmo é tonto de tanto tão.

Os pombos não ficam de brincadeira
é quando os beirais sendo construídos
num plano inclinado, é pura doideira
para os pombos que ficam possuídos.
Incorporados de uma ira muito atroz
causam muito medo, a sensação feroz
por não terem bem, seu vôo concluído.

Nada mal, tenho procurado resolver
desenvolvendo uma técnica apurada
aterrissando aprumado em formato v
com a perna dobrada, a outra esticada.
Estudando os excessos populacionais
lamento de serem cinco crias anuais
logo eu que continuo dando bicadas.

Difícil mesmo é a questão nutricional
pois nós dependemos é da freqüência
principalmente logo na praia matinal
que a vespertina temos tido paciência.
Talvez um mistério do mundo praiano
mas são poucas, só duas férias por ano
com muita gente é jóia por excelência.

Nessa ocasião todo dia é comilança
que a praia fica toda cheia de comilão
e a gente enche o papo na festança
promovida pelo breque na educação
e os pais levam filhos a descansarem
dos estudos, da escola e, passearem
para cada um se tornar um campeão.

E são tios, primos, irmãos e sobrinhos
imbuídos todos de praia, divertimento,
todos querendo bons churrasquinhos,
sorvetes, pizza e muitos sortimentos
Dos matizes criativos de guloseimas,
das infinitas formas, jeito e maneiras
que são feitos frituras e cozimentos.

Empada por aqui é um caso a parte
tendo um sabor exótico e tradicional
que se traduz na culinária como arte
e, na economia um bem patrimonial.
Feitas de palmito, frango e camarão
ou do talento que o chef tem na mão
são aqui, uma preferência nacional .

Nas férias escolares do ano passado
um veranista em sua cadeira de praia
por ter uma boca grande e ser folgado
teve que levar um bom rabo-de-arraia.
Estava degustando deliciosa empada
com tanta volúpia que não caía nada,
como filho da uma égua em sua faina.

-Zé, tão fazendo roda com um turista:
viera avisar um pombo lá do Peró
que estava de passagem pela pista
e ficara pelo homem com muita dó.
Quando cheguei eles faziam a cerca
e já balançavam bastante a cabeça
preparando o salto, um pulo maior.

A minha presença a estratégia mudou
por saberem que não ajo dessa forma,
sem um plano, pois ninguém planejou
se esquecendo que existem as normas.
Quando da cadeira tentou se levantar
uma bicada em seu pé logo fez saltitar
o pedaço da empada que se transforma

em milhares de pequenas e apetitosas
delicias que logo foram saboreadas
pelas aves de uma das praias famosas
por tudo de bom, até suas pombadas.
E, nesse nosso brasileiro litoral azul
do Oiapoque no norte ao Chuí no sul
sempre faz bonito e não perde nada.

Agora, no caso da empada relatado
por sermos de paz é bem incomum
que brigas aconteçam no quadrado.
Certo é um por todos e todos por um
pois também certo é pra todos comida
que as almas sejam generosas, amigas
e não deixem ninguém sem nenhum.

Mas, amigo, a empada de Cabo Frio
principalmente, pra mim, a de frango
a de palmito, de camarão, esse trio
deixam ganhar a maratona o manco
tamanha é sua delicia, sua sustância.
Tem revigorado o velho e a infância,
até mesmo pro moço, dar um tranco.

Seria de se esperar que bom bocado,
delicioso, com tal magnitude e quilate
sonegado por glutão bem arranjado,
chatearia a quem, pia, arrulha ou late
e mesmo qualquer coisa que o valha
pois para quem sonega uma migalha
castigo pouco é sofrer pela metade.

Sabemos que como homens somos
em virtude, acerto, erro e defeitos.
Somos selvagens quando impomos
os nossos desejos sem nenhum jeito.
O balançar de cabeça, uma sedução
hipnótica para quebrar uma reação
que não venha com o final perfeito.

pela vida que muitos temos vividos
peixe, homens, aves e outros bichos
dissabores e desencontros ter havido
é normal quanto o penso logo existo,
tão normal quanto o melhor se querer
mesmo no interagir seu jeito de viver
com os outros, em seu próprio nicho.

Vamos em alguns cordéis relembrar
dos causos nessa praia já acontecido
com pombos nesse cenário que o mar
se faz pano de fundo, enredo e abrigo
de muitas emoções que junto vivemos
e até os conflitos que nos envolvemos
às vezes, adversários, nunca inimigos.

Sou o amigo Zé Tão da praia do Forte
comigo nunca teve um tempo ruim não
só quando um dia uma pomba do norte
voltou pra terrinha e fiquei na solidão.
Mas estou sempre por aí de olho, alerta;
precisando chame que atendo na certa
pode ser problema que eu sou solução.


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