OS SEGREDOS DA PASTA ROSA é história ficcional baseada em fatos reais. Jacques Marie, correspondente do jornal “Le Monde”, planeja, com o auxílio de um amigo militar, entrevistar o ermitão que adotara a bacia hidrográfica do Riacho Fundo, Fazenda Sucupira, Brasília, como seu refúgio espiritual.
Seu interesse pelo caso deve-se ao fato desse homem vir a ser o Deputado Francisco Oinotna, que, quando assessor de um certo Senador do Estado da Bahia, tornara-se o principal artífice de dossiês envolvendo personalidades da mais alta esfera política e empresarial do país.
Toda essa sorte de coincidências lhe era motivo, para, superando imprevistos de última hora, aventurar-se naquela viagem solitária na busca de entrevistar o ermitão; também conhecido como “o Lobo da Colina”.
O jornalista estava contagiado com a possibilidade de romper a teia de silêncio que acobertava o misterioso acidente que culminara com o desaparecimento do ilustre passageiro. E o que lhe era mais desejado; produzir um furo de reportagem capaz de injetá-lo no concorrido mercado editorial.
O Deputado desaparecera misteriosamente, num não menos misterioso e inexplicável acidente aéreo na Serras do Mar, Bahia. E, após vinte longos anos de taciturnidade poderia ser encontrado levando uma vida errante na região dos cerrados do Planalto Central.
A queda do avião ocorrera em 1976, quando retornava de uma rotineira viagem à capital política do país. Foi nesta oportunidade que tomara conhecimento de que às margens da bacia hidrográfica do Lago Paranoá, existia um peixe de espécie rara e única no mundo.
O Deputado, um adepto da causa ambientalista, resolveu entrevistar uma pessoa que fora lhe indicada como sendo conhecedora da descoberta do peixe. Agiu então, como se tudo não passasse de um simples passeio de turismo à periferia da Capital. Visitar um amigo. Foi a partir de daí, envolveu-se com um grupo de desbravadores da cidade pioneira -conhecidos como Candangos- e aventurou-se numa rápida excursão até à nascente do Riacho Fundo.
Por mais inusitado que possa parecer, nesta prosaica e hilariante aventura, o jornalista Jacque Marie, estará renovando a experiência mística que vivera seu entrevistado, e a exemplo do mesmo, expondo-se aos perigos, magia e encantamentos que a região proporciona aos visitantes incautos.
Nesta ficção, o autor lança mão de fatos históricos, notícias publicadas em diários local e casos pitorescos da cultura popular para montar o enredo desta história. A narrativa se desenvolve em planos distintos: a narrativa da excursão que o Deputado Francisco Oinotna fizera às margens do Riacho Fundo; e a fábula em torno de dois espécimes da fauna nativa que estão em avançado processo de extinção: o peixe Pirá-Brasília e o lobo Guará.
Se por um lado, o autor, faz uso do sonho visão de DOM BOSCO para enfatizar a grandiosidade mística da região, de outro, utiliza-se de temas sociais e políticos para denunciar problemas ambientais e a extinção das espécies nativas do cerrado. Neste último caso, o foco principal é a celeuma ocorrida quando da tramitação do Projeto de Lei que almejava outorgar ao peixe Cynobelias Boitonei (pira-brasília) o titulo de animal símbolo da cidade de Brasília.
OS SEGREDOS DA PASTA ROSA é um livro leve e divertido; em momento algum, o autor teve a pretensão de torná-lo uma referência técnica aos estudos de problemas de natureza ambiental, filosófica ou política da região. Tudo o que fora escrito é do conhecimento público.
Considerações do Autor:
Este obra guarda uma estreita relação com a causa ambientalista. Neste momento em que olvidamos transpor um novo milênio, somos forçados a reconhecer que o avanço científico e tecnológico ainda não foi capaz de produzir A desejada harmonia social entre os homens. Tão menos desvendar os desígnios da natureza.
A viagem é merecedora do seu crédito. Tanto é verdade, que este livro revela detalhes fidedignos do ecossistema visitado, e traduz enigmas que permitirão ao leigo penetrar no paraíso do ERMITÃO. A felicidade está disponível aos que nela crerem, almejarem transpor os limites da razão, e emprestarem ouvidos à fantasia.
Se um dia você se dispuser a deixar suas pegadas naquelas trilhas, guarde esta advertência: “o peixe vive fora da água fria”.
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