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Contos-->BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES(versão modificada de MENDIGNO -- 10/12/2004 - 00:49 (MENDIGNO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES
(Versão reduzida e modificada por Mendigno)


Era tarde do dia, faltando duas horas para completar o expediente e ela já estava na rua. Não caminhava, simplesmente perambulava, pois estava cumprindo um ritual de aviso prévio, que recebera da sua patroa. Para sua futura ex-patroa ela não passava de uma gata borralheira, pois não achava que seu serviço fosse limpo. E assim ia ela, cabisbaixa, quando viu, no chão, uma folha de jornal com uma manchete estampada: “GRANDE BAILE DE FANTASIAS PREMIARÁ A MAIS BELA – Contratam-se serviçais”. Não teve dúvidas, se pirulitou para o endereço e se inscreveu. Na mesma tarde já estava trabalhando célere porque o baile estava programado para começar logo mais as 21.00hs. Desastrada e estabanada que só ela, borrou-se toda, fuçando por tudo quanto era canto, enganchou um pé num buraco e quebrou a sandália. Um desastre, essa menina! Mas, eis que fuçando daqui e dali, foi realizando o trabalho a que se propôs, mesmo que borralheiramente e, de repente, se viu num cômodo onde estavam guardadas coisas velhas, fora de uso. Encontrou um lindo vestido e um par de sapatos de acrílico, um material parecido com cristal. Não teve dúvidas. Meteu mão no achado e foi tomar um belo banho e se livrar daquela veste já toda fedida.
Demorou-se muito nos seus cuidados, pois ainda teve que afanar sabonete, perfume e coisas que deixam as mulheres mais bonitas.
O baile já estava para começar e ela teria de passar por todo o recinto. Não havia outro caminho, pois tudo havia sido organizado enquanto durou seu trabalho. Fazer o quê?
Teve mais que enfrentar a situação e ir em frente. O salão já estava repleto de pessoas elegantemente vestidas. Estava uma atmosfera deslumbrante, que do alto ela via.
Ao passar por uma grande ante-sala, um enorme espelho mostrou uma linda Cinderela, que ela não acreditou que fosse ela, metida naquele lindo vestido que lhe deu trabalho para por em condição de uso. E os sapatos? Mas que charme, quanta beleza de combinação, sem contar com a pouca maquiagem,que pôde encontrar, emprestando-lhe uma singular beleza.
Começou o baile justo no momento em que ela descia a escada e atravessaria o salão. A sua visão se fez ponto de convergência de todos olhares masculinos e alguns se aproximaram para tira-la para dançar.
Porém aquela Borrarela ( mistura de gata borralheira com Cinderela), nunca havia tido contato com aquele meio e não sabia dançar valsa. Ela só conhecia a dança do “arrocha”, dos fuás que costumava freqüentar. Ninguém acreditaria que ela ali estava por mero acidente. Aí ela começou a dançar o “arrocha” com os tantos que a tirassem e que não completavam a dança, deixando-a para outro e saindo abaixadinho e mancando para não passar por indecoroso. – A dança do “arrocha” é muito sensual e implica no movimento dos quadris para os lados, para frente e para trás, se esfregando no parceiro também com o busto...Quem agüenta?!?
Bom. Criou-se uma confusão dos diabos porque todos os homens queriam dançar com a mina, que se tornou mesmo a Cinderela da festa. A mulherada que se sentiu desprestigiada e não sabendo “arrochar” decidiu fazer uma rebelião e choveu cadeiras, garrafas, copos e o escambau. Era exatamente meia noite e, com tudo às escuras a Cinderela deu nos calos, tendo perdido um pé do calçado. Mas assim mesmo ela foi correndo, pisando na base do “aqui ta raso, aqui ta fundo”, chegou aonde não sabia. Como para ela, aquela altura dos acontecimentos, qualquer mato é caminho, avistou uma casinha e havia luz acesa dentro dela. Bateu à porta: toc,toc,toc-tum tum (já com os punhos cerrados)...Abre-se a porta e sete anõezinhos a miraram meio estarrecidos, meio encantados...Entre. Falaram em coro, já com olhar de malícia e lambendo os beiços.
Escolada que só ela, boa aluna das escolas da vida, sacou qual era a dos pequeninos e foi logo pedindo um banho, no que foi atendida, de imediato, com uma enorme tina cheia de água morna e sais aromáticos. Sem qualquer cerimônia e nem pedindo licença, ali mesmo se desfez do vestido, jogando-o pro alto; do soutien, jogando pro Dengoso; da calçola suada, jogando na cara do Atchim, que não parou mais de espirrar
E tchibum, caiu dento da tina, respingando água para todos os lados. O Mestre ficou atento e ordenou que o Zangado a ensaboasse e que o Soneca lhe massageasse as costas, da cintura para cima e o Feliz da cintura para baixo, enquanto que o Carrasco friccionasse toda a sua frente. Que beleza!
Já toda lavadinha e bem aconchegada numa cama redonda, pensou a menina, aquela altura sendo a própria Branca de Neve: Pôxa, bem que pode rolar uma legal aqui com os baixinhos. Não sou a Xuxa, mas vou dar pra esses baixinhos. Afinal, se somados os 3cm de cada, pode ser que me faça uma cosquinha...Ademais, estou curiosa. Pensou.
Mandou que todos ficassem juntos de frente para si e acariciou e beijou o pinto de um por um e correu pra cama, no que foi seguida pelos 7. Ai o Mestre pôs ordem no cerimonial:
Vai tu primeiro Atchim. Ele foi mas deu em nada, pois descobriu-se alérgico à coisa e danou-se a espirrar. Vai agora tu Feliz. Ele foi correndo mas ejaculou antes mesmo de subir na cama. Vai agora tu Zangado. Foi,mas voltou muito puto da vida porque broxou. Vai agora tu Soneca. Foi e se demorou...Só dormiu em cima da xereca! Vai agora Dengoso e vê se faz alguma coisa. Foi, mas sob a condição de que ela enfiasse o dedão no seu “fiofó”...
Ah! Assim não dá! Falou o Mestre pro Carrasco. Ah homem, agora vai tu e vê se mostra serviço. Foi. E como carrasco que é, caiu de boca na xereca e arrancou os pentelhos com os dentes, provocando urros de prazer naquela Branca, que se descobriu também uma sadomasoquista, enquanto espremia o saco do Mestre.
Foi um tremendo auê no barraco que despertou toda a vizinhança, tendo a polícia levado todos presos para delegacia, acusados de perturbação da paz, da ordem e da moralidade na favela.
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MENDIGNO – 09/12/2004




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