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Contos-->Undérsténd, friénd? -- 13/12/2000 - 15:47 (Samuel Ramos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Dia desses sonhei que o Rui Barbosa e o Olavo Bilac tinha vindo me ver. Começamos a conversar, papo vem, papo vai, e nos caminhos da charla tocou de eu pensar no absurdo onírico que era falar com os dois. Eles, evidentemente, discordaram no ato. Prá tentar ser um pouco engraçadinho, tive a infelicidade de afirmar entre risadas JoséSimonísticas que "vai ver foi o whiskey que tomei depois do fast-food Rá Rá Rá". Silêncio sepulcral! A mim pareceu que eles, se já não estivessem mortos, possivelmente teriam morrido naquele instante.

"O problema é que não adianta, eu não consigo me acostumar com a idéia de estrangeirismos dos Estados Unidos em textos!", começou falando o Olavo. "Já não é de hoje", fechou Barbosão.

Indignados, num passe mágico, me extirparam do cerébro alguns neurônios, aos quais estavam associados a interpretação da língua inglesa. "Te vira agora", me diziam entre gargalhadas tão ou mais estridentes que os gritos do Álvares de Azevedo ao chegar na taverna fechada.

Comecei mais ou menos assim:

"O fato é que tudo gira em torno do inglês na cultura, afinal de contas, bem ou mal, o inglês é a língua dos dominantes, cabe a nós, vassalos da pós-modernidade se achegar perto deles. Tu virou um famoso músico, tudo bem, legal, vai pros EUA. Chegando lá, nada de intérprete, te vira prá aprender com a tia Giiin em duas semanas a conjugação do verbo to be em ingrêis. Agora, se um gringo vem pro Brasil, prá que falar português, se rebaixar à língua do Pessoa, ah pára Fernand, prá que uma camiseta escrito "Adivinha?"! Legal mesmo é o tal do ingrêis. Escrever em ingrêis então, nada mais cu, ops, mais cool. Só falta pensar thinking agora."

Acordei suado, ainda lembrando daquela capa de revista com peitudas e camisetas "Go Junkies!". Uma delas, brasileira, evidentemente, me chamava sensual "oi mái lóvi!". Nós dois ali no sonho, maior intimidade. Levantei de soslaio da cama, ainda ecoava o "FALA DIREITO TCHÊ! MULHER QUE PITA (sic - Veríssimo) E QUE FALA INGRÊIS COMIGO OU É FRANCESA OU PIGUANCHA!" nos meus ouvidos. Mas antes de acordar em definitivo, ainda pude ver o Olavão rindo enquanto dava um bico no Michaelis Portuguese-English, que vôou pela janela. Mais calmos, voltamos a dormir, eu e a prenda do sonho, o Michaelis estava a essa hora caindo do 13o andar. Azar também, nunca entendi muito de ingrêis. Da rua ainda ouvi alguém gritar: "Logo esse dicionário? Além de preferir a boa língua pátria, no segundo grau tive espanhol!". Good-night Bilac!



http://www.tijolao.cjb.net
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