Ululante
A coisa ululow muito. Solta – e protegida por outras coisas – passou a ulular um dia e uma noite. Perdida nas quebradas dos caminhos virtuais, de quadrinha em quadrinha percorreu muitos bairrinhos, de muitas cidadezinhas.
Uns reconhecem a coisa, quando ela vagueia ululante. Não é muito difícil. Seu berro tem sete guinchos tônicos, repetidos quatro vezes em seqüência rítmica. E é sempre igual. Não vão querer que coisa berre diferente, sempre que berre.
A coisa berra desesperadamente. É ato reflexo monocórdio. Chama pelas coisinhas, que se aproximam afrescalhadamente solidárias. Feliz, então, a coisa ulula muito! Quem tem ouvidos, que ouça. Ou proteste contra a celerada.
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