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Contos-->memórias de Lolita (continuação-2) -- 30/11/2004 - 14:59 (elvira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
- Obrigada, mas…, nem teve tempo de adiantar conversa, logo a menina de olhos verdejantes, sumira num passo apressado. Segurou no ramo e levou-o aos lábios, sentindo o aroma fresco e perfumado. – Quem sabia que ela gostava tanto de rosas amarelas? Nunca o tinha confessado, pelo menos em estado alerta!
Já no interior da sua casa, meticulosamente criada, pôde contar as rosas: vinte. Teriam algum segredo para desvendar? Ou foi mero acaso? Pegou na gata pérola, acariciou-a, brincou com as suas orelhitas tingidas, miminhos que aprendera ao longo do tempo.
Os pensamentos retornavam em catadupa, tinha de organizá-los, lembranças distantes e tão perto, Como se o tempo não tivesse passado…
Prometeram-se na Primavera, porém, Lolita não estava preparada para viver aquele sentimento tão arrebatador de intenso. Foi Kiko que vivenciou tudo, retendo na sua dinâmica amorosa, o ínício da letra que Rui Veloso cantava”Tu eras aquela…”. Lolita ia e vinha, dava-se até à exaustão por vontade fidedigna de ser feliz. Encontraram-se tardiamente, ou pelo menos, ela repetia-o ao seu ouvido: Perdoa porque cheguei tarde à tua vida! O tempo, maldito, escravizava a sensacionalidade de viver a história verdadeira, ou até quem sabe, uma segunda versão em bom estado!?
Apareceram a rodos os pretendentes. Comprometera-se cedo e de alma nada percebia... Numa década, que evolução, podemos nós, comuns mortais fazer!monologou. Evoluiu, evoluiu e apercebeu-se que não era feliz. Neste contexto de encontro de si mesma, encontrou-o, cizando a dicotomia entre o ser e o parecer, vivendo a beleza da vida,mas tendo a percepção de um presente contornado de fealdade.Era realista por experiência, contudo, era também uma alma apaixonada, intuitiva, astuta, de uma forma quase demoníaca.Chegou a pensar que nela habitavam várias entidades...loucuras, simplesmente loucuras.
- Não lhe dês mais chocolate, dás-lhe abusos e faz de ti gato-sapato.- As críticas do quotidiano, que aprendera a não ouvir, porque acreditou, a partir de uma certa fase da sua vida, trinta anos, talvez, a palavras de louco, não se liga tampouco.
Quando o viu no seu jeitinho de caipirinha “kota”constatou que algo os atraía para o centro, como se houvesse um íman. Sentiu vontade de extravasar tudo o que o seu imaginário contivera até então. Saía de si... amou-o como a ninguém. Kiko amou-a selvaticamente, enfurecendo-se dela. Aglutinou-a, coroou-a, porém, odiou-a, porque ela existia,porque não podia ser só dele, desformatando-se entre a sensualidade e as obrigações obsoletas que praguejava,quando o seu corpo e alma falavam uma linguagem simplesmente adversa, facilmente observado no aflorar da sinestesia que dela se desencadeava diante do seu toque. Lolita amava-o, mas de uma forma diferente, na interioridade, porque como de um fruto proibido, deleitava-se quando o sentia seu, mesmo que, por instantes… Ia e vinha.Ele enlouquecido de saudades procurava-a e ela como Alcione canta"Até gostava".E nessa ida e volta, kiko cansou.Não a procurou mais.O dever ser, imperou.
Kiko acreditava numa sociedade perfeita, onde cada um devia procurar a sua felicidade, largando amarras, apenas não sabia e não queria viver só. Que contradicção!
A paixão solidificou-se e tornou-se amor. Tal qual lhe transmitiu a Luísa, a amiga que a acoitou, ela teve que passar por isso para crescer emocionalmente. Dualidade: queria ser submissa, ter alguém à sua espera, não mudar o que tinha e queria ao mesmo tempo ser a fera, a única, ser amada e amar. A quem o dizer? O quotidiano das dúvidas tecia-se em respostas incertas.Lolita esboça um esgar e os seus olhos rasgados humedecem-se...tanto tempo decorrido...
- Olá. A gatinha foi estrangulada por uma cobra daninha. - Chorou, aproveitando para dar aso à sua dor de existir.
O pai adoeceu, rechorou ... para saciar a ausência de afectos. Que prazer ter um pretexto para lavar o rosto, expurgando as dores paulatinas, mas mortíferas.
A casa, as flores, os musgos, os nenúfares, eram entidades que a seguravam para não fugir, cantando os versos de Florbela Espanca”E amar-te assim, perdidamente, seres sangue e vida em mim! e dizê-lo, cantando a toda a gente”.Lia de forma esquizofrénica. Entretinha o coração e fortificava a razão.
A net, sim, era um recurso eficaz para disfarçar romances, inventar amantes. Lia os emails gastos e partilhados por tantos eunucos das emoções.
(Coontinua)
:)Abreijinhos
Elvira
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