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Poesias-->Explicação -- 23/11/2005 - 11:26 (Paulo Pereira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Fanáticos os meus sentimentos platônicos

Devoram-me toda noite cadenciada

Pela música sedutora da paixão

Martírio de desejos em pensamentos



Corpos sonoros entusiasma-me

Em inspiração

Os gemidos e gritos tônicos

A cólera, os sons da paixão à conduz

E dita todos os órgãos

E dá à voz o brilho



Os versos, os cantos e as palavras periódicas

A própria lingua desperta o ritmo

Explode a poesia fonte de minha eloqüência



Transmite assim a leveza

Das suas imagens musicais

Cifradas pelos fonemas gregos

Executando um monólogo platônico de linguagem

As ondas sonoricas reproduzem em mim

Todos os seus contornos, de beleza

E de leveza nos delírios pela abstinência de suas curvas



Pôde ouvi-la ou vê-la

Apenas algumas loucas cabeças

Fingem acreditar, se é real

O prodígio pensador platônico

Na harmonia viva, ardente e apaixonada de um corpo.



Transmitida a mim pelos impulsos da alma turva

Num simples uníssono caminhar

Apaixonado e fixado pelo seu som

Entonações, lamentações, gritos de gemidos

Devoram-me todos os sinais vocais da paixão



Ao tema patético unir-se ao absurdo

O ridículo exprimir-se em cantos

No murmúrio das águas, os ventos

Tiram-me mais uma noite

Destroi meu glamur platônico

Separa o canto da palavra

Desritimando a paixão consonantal



Apaga-se os tons oratórios do cantar

Platônico da paixão noturna

Por mais um corpo feminino.
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