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Contos-->As memórias de Lolita. -- 29/11/2004 - 21:30 (elvira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Interessante….persistência e muita reflexão levaram Lola a compilar toda a colectânea de que o avô lhe falara. Eram outros tempos! Tempos de vontades febris e tacitamente realizadas. Este era o móbil de toda uma sociedade pouco desperta.
Lola, Lolita, nascera de uma família politicamente correcta.Com astúcia de raposa, conseguiu crescer por entre o sucesso de alguns, premeditadamente candidatos. Sentiu-se sempre
diferente dos seus. Algo de mágico a perpassava, sem qualquer explicação, sabia que era uma distinta alma eleita! Se assim se podia dizer! E os tempos decorriam….
Linda Lolita que falas sozinha…
Casou e sonhou, como qualquer virgem, ser feliz para sempre. Era muito ingénua…mas acreditava no contrário. Força e vida coadunavam-se, próprias da juventude a desvanecer-se.
Como um estalo suave, as experiências em catadupa entravam no seu mundo, não havia paciência para as decodificar, por isso, a informação não era processada equilibradamente...naïveté perigosa.
Muitos amigos, pouca sapiência. Anos vazios…resignação. Era um tempo de estabilidade aparente e amigos, só os falsos!
Quando te vi amor, não gostei, quando….uma voz puxava – a …tu podes ser mais, tu sabes como fazê-lo! Vai, liberta-te e ama a vida, porque ainda não acabou! Que dificuldade em perceber…Lola, não fujas, este é o teu destino.
Era de manhã, regelada pelo Janeiro, dia onze. Normalmente tomava café, mokambo com leite. Pouco comia. Olhava para o horizonte: mais um dia báaaaaaaaaaaaaaaaaa! Corria para o Curso que inventara para fugir, ainda não sabia de quê…Vazio, fugia pelas páginas da pilha de fotocópias que diariamente impingiam aos pseudo iluminados. Nada…e a sua mente viajava. Ainda se lembra do sabor da torradas que lambia apressadamente, com mais três ávidas colegas, pelo poder tresloucado de querer ser mais um bocadinho, nesta vida danada. Os Professores vendiam as suas teses ao desbarato num embrulho que até metia raiva. E os receptores degladiavam-se como se fossem importantes! Era giro esse tempo, parecia a primária.
Entre os vários problemas há uma mãe doente, um pai prepotente, um marido ausente e um filho, como são os filhos: verdadeiro chouchou..
Ler, ler, sem tempo.
- Dizias que era bom estares ocupada e vejo-te com esses olhos inchados…
- Muita infelicidade, não sei como resolver.
- Olha querida vai para o aikido.
- Quê????
- Tens de informar-te colega…precisas de paz. Compra flores, anima a tua casa!
- Boa, vou comprar flores!
À noite havia uma rosa branca numa pequena jarra. Linda, mas artificial…Não havia tempo.
Porque era noite, falava pelas teclas e apaixonou –se várias vezes. A vida seduzia – a, enrolava-a, provocando-lhe faíscas na alma. Que sabor! Parava para pensar…era urgente ouvir as palavras da mãe: Eu sabia que iria vencer, mesmo quando o teu pai pensava que eu não estava à altura, porque o meu sorriso era podre. Doía-lhe a alma, mas aguentou. E Chorou….aprendeu a não pensar. A vida é mesmo isso: pensar pouco, ou mesmo nada. A felicidade apresenta-se pelos instantes, apenas. Queria-o tanto e ele afastava-se…era talvez um adeus. Melhor assim, para todos. Vivia-se um tempo de angústia, de alienação, até de medo. Já não tinha idade para sofrer! E como pensava no querido amigo que partira…contudo, escondia-o, como se fosse um segredo voraz e cúmplice.
Era uma alma sofredora, escondia-se de todos. Quando era jovem, tudo era mais fácil, tudo mais lógico, nunca pensara vir a viver tantas histórias. Ela???? Recorda os seus mortos e acredita na máxima de Fernando Pessoa” cadáveres adiados que procriam”. O tudo era o nada do instante. Arrepios…
Acordou-a um pensamento atroz: se fugisse, tudo seria bem melhor…para onde, então? Para nenhures. Mas a alma, sim, essa voava!!!
E continuou…vida material, sem amor, pelo menos o suficiente para viver equilibradamente! E Chorava… ardia-lhe a alma, sangrava até! Nada mais interessava .Morreu para a vida em Novembro.
No interior da quinta, que meticulosamente restaurara, revivia estes tempos, como se de um filme se tratasse. Pareceu-lhe ouvir um toque de sino…apurou o ouvido, realmente alguém estava a tocar a sineta que se encontrava junto ao porão, rodeado de um muro todo em pedra, com a inscrição 1786. Não estava à espera de ninguém, por isso, repensou se haveria de abrir a porta que a separava da criança menina que estava fora.
- ok, vou ver o que se passa. Entreabriu a porta e exclamou, interrogando numa voz sibilina:- Sim?
- Bom dia. Vinha entregar-lhe estas rosas amarelas. É para lhe dar as boas vindas!

(...)
Continua :)
Abreijos
Elvira
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