Ia andando na estrada
Escutei um vozeirão
Era da cumadre Estela
Viúva do Zé Caixão
Que nas voltas deste mundo
Virou sapo e assombração
Ela gritou bem baixinho
Que era para eu me achegar
Fui chegando perto dela
Sentindo o corpo gelar
Sentado bem ao seu lado
Estava o Zé Caixão
Com o olho esbugalhado
E a peixeira na mão
Saltei de banda seu moço
Não gosto desta visão
Gente viva eu enfrento
Gente morta eu não vou não
Pra não ficá difamado
Aproximei do negão
Tremia as minhas pernas
Tremia as minhas mãos
Mas com a vista em alerta
Percebi que era trota
O Zé que estava na porta
Era o irmão do Zé Caixão...
Bob Mur
Maio de 2009.-
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