Eu vu cuntá pra oceis
Como si faz um sabão
Pra lavar todo o seu corpo
De sobra lavar a mão
Precisa às vezes de seis
Pelancas de gavião
Tripa de gato escardado
E rabo tirado do cão...
Eu vu cuntá pro sinhor
Como se faz a garapa
Precisa de cana novinha
Aquela do confessor
Depois dela tirada
Fervida numa panela
Põe o caldo na tigela
E bebe pra qualquer dor...
Dor do olho... dor de dente
Dor de corno e cotovelo
Só não pode bebe muito
Se não dobra o joelho
A cana cura ressaca
Cura gagueira e coceira
Cura dor de moribunda
Só não cura dor... na nuca
Cura calo... e bixiga
Que nasce pelo lombado
Cura unha encravada
Que dói feito o diabo
Cura mal de benzedeira
Poda até a trepadeira
Cura febre de jacu
Só não cura mal olhado
Vou parando por aqui
Já curei... doença ruim
Já curei moça solteira
Já curei moça casada
De homem não chego perto
Tenho um medo danado
De ficar meio enjoado
De benzer macho assustado...