Pobre operário do desconhecido,
Desconhece a si, mas inventa
As palavras para significar
O que não sabe.
Entre versos escorridos ao vento,
Acelerados pensamentos voam
Como aves astrais
Em vícios aceitos
Pela sociedade.
O silêncio doa-se
Ao consenso como fruta
De sabor contumaz.
Nesta arapuca conhecida,
O desconhecido é animal
Em extinção, seus hábitos
Deixam marcas profundas.
Pobre operário do desconhecido,
Até hoje sem sobrenome,
Nunca se apaixonou,
Vive a fantasia humana
Comprimido pela emoção
Que jamais sentiu...
Por fim, o pobre operário
Aposenta-se desconhecido.
Operário do Desconhecido
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