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Cordel-->SÃO JORGE - A VERDADE E A LENDA - PARTE 1 -- 23/04/2009 - 02:31 (JOAQUIM FURTADO DA SILVA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SÃO JORGE, A VERDADE E A LENDA - PARTE 1
JORGE DA CAPADÓCIA - SANTO DA IGREJA CATÓLICA

1. Para cantar as proezas
De São Jorge, o Guerreiro
Fui buscar na tradição
Seu correto paradeiro
E encontrei um mistério:
Não se distingue do sério
O que é cancioneiro.

2. Distinguir o verdadeiro
São Jorge que se venera
Como santo da Igreja,
Do tal guerreiro que gera
Medieval tradição,
É matar outro dragão
Trazer e mostrar a fera.

3. Eu sei que o leitor espera
Que eu lhe mostre a imagem
Do verdadeiro São Jorge
Mas não apague a mensagem
De Guerreiro que ele é
E não quebrante a fé
De quem lhe faz homenagem.

4. Assim, fiz rápida viagem
Em pesquisas publicadas
E apresento nestes versos
Para se ler em toadas -
Além da lenda e encanto,
A verdade sobre o Santo
Padroeiro das Cruzadas. (1)

5. Como ter por inventadas
Nas antigas tradições
Datas que a história mostra
Em bem antigas lições?
Vejo Diocleciano
Um imperador romano
E as suas legiões.

6. Nas longínquas regiões
Que o Império abrangia
Figurava a Capadócia
Onde hoje é a Turquia.
E ali teria nascido
Esse Jorge, tão querido
Dos cristãos de hoje em dia

7. Pela época, não havia
Registros de nascimento
Daí porque não se tem
Registrado o momento
Que a mãe, natural de Lida, (2)
Trouxe Jorge para a vida -
Fruto do seu casamento.

8. No entanto,há documentos (3)
Segundo anota a História
Que assinalam sua morte;
Por defender a memória
De Cristo ante o Senado.
Veio a ser degolado
E entrou no Reino da Glória.

9. Curta mas não transitória
Foi sua vida na terra.
Perdeu o pai em batalha
Porém não fugiu à guerra
Bem cedo fez-se alistar
Na carreira militar
Em cuja arte se aferra.

10. Sua morte não encerra
Seu valor como guerreiro
Foi mesmo a partir dela
O capítulo primeiro
Da sua imortalidade
Para a posteridade
E para o mundo inteiro.

11. Esse santo cavaleiro,
Ainda criança, sai
Da sua terra natal,
Depois da morte do pai,
E junto com a genitora -
Mãe doce e protetora
Para a Palestina vai.

12. Aí, então, o atrai
O crescente Cristianismo
A mãe já era cristã -
Por certo deu-lhe batismo
E educou-o, por isto
No Evangelho de Cristo
O seu real catecismo.

13. Esse seu idealismo
Com os preceitos cristãos
Fez com que depois de órfão
E como não tinha irmãos,
Em um ato dos mais nobres,
Deu sua riqueza aos pobres
Com as suas próprias mãos.

14. Mas eram deuses pagãos
Que em Roma se adorava (4)
Desde o tempos de República
Nas classes patrícia,escrava
Plebéia ou forasteiros
Quando Jorge, o guerreiro
Àquela terra chegava.

15. Por essa época, contava
Jorge só 23 anos
Já Conde da Capadócia
E tribuno dos romanos.
Mas seguir a religião
Desse império pagão
Não estava nos seus planos.

16. Por considerar insanos
E desleais ao Império
Mesmo preso, recusou-se
A dar apoio a Galério ( 5 )
Um genro do imperador
Por ver nele um traidor
E ser Jorge um homem sério.

17. Censurou por vitupério
A ação do traidor
Que queria destronar
Ao sogro, imperador
E assumir o poder
O que findou por fazer
Mas Jorge não o ajudou.

18. Bem ao contrário, optou
Em aceitar a prisão,
Ainda mais porque tinha
No tribuno Sebastião, (6)
Outro soldado guerreiro
Um exemplo verdadeiro
De mártir, por ser cristão.

19. Sustentou a opinião
De Cristo ser a Verdade.
Isso perante o Senado
E ante a autoridade
De quem governava o mundo,
E o monarca, iracundo,
Puniu-o com crueldade.

20. Sem perder a lealdade
Para com o soberano,
Jorge, o soldado cristão
Via em Diocleciano
Seu chefe e Imperador
E em Cristo – o Salvador
Um Divino o outro humano.

21. E o imperador romano,
Sem querer crer no que via
Notando que das torturas
Jorge nem mesmo sentia
Dor dos castigos atrozes
Deu ouvido para as vozes
Que diziam ser magia.

22. E assim, dia após dia
Criava novas torturas
Para pôr Jorge à prova
E ele, ante as agruras
Que seu corpo padecia
A deus rezava e pedia
Conversão das criaturas.

23. Tateando às escuras
Quase nofundo do poço
Diocleciano prefere
Ver Deus em Apolo, o moço
Da estátua de marfim. (7)
E em Jorge manda dar fim
Cortando-lhe o pescoço.

J- Jorge teve por endosso.
O- O galardão da Igreja
A- Assentado como santo,
Q- Que não se nega que seja.
U- Um guerreiro e umV santo
I- Importa-me saber quanto
M- Mais o devoto deseja.

________________
CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS
•DIOCLECIANO - IMPERADOR CRUEL OU FANTOCHE? Por Paulo Nery. Disponível em: http://grandarcanum.blogspot.com/2008/05/diocleciano-imperador-cruel-ou-fantoche.html

•“FESTAS E TRADIÇÕES PORTUGUESAS”, Vol.I, Ed. Círculo de Leitores. Disponível em http://sarrabal. blogs.sapo.pt/32599.html
Soledade Martinho Costa
•PELA FÉ- HISTÓRIA DA VIDA E MARTÍRIO DO GLORIOSO SÃO JORGE Segundo a interpretação extraída do IV volume do "Flos Sanctorum". Disponível em: http://www.ruadasflores.com/saojorge/

NOTAS
1 Por considerá-lo o protótipo dos cavaleiros medievais, o rei inglês Ricardo I, comandante de uma das primeiras Cruzadas, constituiu São Jorge padroeiro daquelas expedições que tentavam conquistar a Terra Santa dos muçulmanos

2. Nenhuma das pesquisas traz o nome dos pais de Jorge, apenas diz que nasceu na Capadócia e que a mãe era natural de Lida, na Palestina (onde vivera o próprio Jesus).
3. Diz-e que tais documentos são produto de lenda porque baseados na tradição oral. A história só buscou Jorge, depois que seus atos o fizeram digno de menção.

4 Os principais deuses romanos, à época, foram assimilados da cultura grega.

5 Galério era pastor, casado com Prisca, filha de Diocleciano e acompanhou-o desde o início de suas conquista do império. Findou por destroná-lo.

6 Esse Sebastião (que era chefe da guarda de Roma e que foi mandado matar pelo mesmo Diocleciano em 288) é São Sebastião, venerado pelos católicos e comemorado a 20 de janeiro.

7 Apolo correspondia ao deus Febo dos gregos e era Deus do sol, da arte de atirar com o arco, da música e da profecia. Filho de Zeus e Latona. Era dos mais festejados no Império Romano.




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