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Contos-->Governa dor -- 17/11/2004 - 12:15 (Bruno Rezende Palmieri) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Bruno Ropf

Cidade do interior. Dia festivo. Munícipes ilustres aguardavam a chegada da mais alta autoridade do estado.Meio dia, sol a pino, banda tocando, todos suando em bicas.
Enorme a expectativa e o desespero.
E nada de governador e comitiva!...
Entre uma piadinha de ocasião e outra, sorrisos indispostos se sucediam.
Mentalmente a excelentíssima genitora da sobredita autoridade, além dos xingamentos de praxe, havia sido condenada à fogueira pela
assembléia das ansiosas e suadas personalidades de destaque.
O chefe do executivo estadual já deveria ter chegado ao local da entrega
das condecorações. Os olhares perdiam-se no ponto mais distante da estrada de acesso, buscando vislumbrar algum objeto móvel com as
características de veículo utilizado por autoridades.
A banda parecia zombar da aflição dos coitados, executando peças patrióticas adequadas a tais ocasiões, entremeadas por cançonetas.
- Profunda e irritante ironia musical...
Chega finalmente o governador. Todos ajeitam as vestes, empertigam-se, o grande momento vai acontecer.
A banda capricha. Os fotógrafos e a imprensa
acorrem ao centro da festa cívica.
Sob um calor insuportável, com a gravata torta e as pernas trôpegas, caminha o político pinguço rumo ao empertigado grupo de notáveis.
Auxiliado pelo ajudante de ordens, passou a mão pela baixela onde estavam as medalhas, apanhou-as como se fosse ensacá-las e em seguida, literalmente, espetou-as nos seios arfantes das peitudas professoras que ocupavam a primeira fila.
Fez o mesmo na segunda e na terceira filas.
Foi-se embora assim como chegara, ou seja, quase em coma.
Bastou virar as costas, as espetadas mestras foram logo retirando as sangrentas comendas, proferindo os palavrões mais aterradores que alguém pode empregar para exprimir tanta gratidão...
Ajudaram-se a retirar depressa os lauréis acicates, memória indelével deixada nos colos civicamente vulneráveis, pela ação algoz do preclaro dipsomaníaco.
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