“Lá em cima daquele morro
Passa boi... passa boiada
Também passa a Cidinha
Com a calça arremendada”
Assim... dizia a modinha
Cantada por Zé de Abreu
Que... de tanto tragá caninha
O Zé de Abreu morreu.
O diabo do irmão
Pra consolo da família
Começou na contra-mão
E compôs essa folia:
“Lá em cima daquele morro
Tem um velho relojoeiro
Quando vê moça bonita
Faz relógio sem ponteiro”.
Sua prima Risoleta
Pra não fugir da retreta
Com um caderno na mão
Anotou alguns versinhos
Com amor e com carinho
Feitos de coração
Começava assim dizendo
O seguinte que vai lendo...
“Lá em cima daquele morro
Tem um ninho de urubu
Quando passa gente feia
Manda tomar Guassú”
Guassú é pinga famosa
Lá dos lados do Embu
Quem toma... ela é gostosa
Logo quer virar... xuxu...
Risoleta bem capeta
Continuou a compor
Suas idéias marretas
Feitas com fé e fervor:
“Ia andando no caminho
O capim cortou meu pé
Amarrei com cabelinho
Dos cachinhos de Zezé”.
Minhas rimas atrapalhadas
Quase viram palavrão
Os leitores me desculpem
Não foi com essa intenção.
Escrevo por meu desgosto
Não tenho nada no bolso
Apenas a velha saudade
Do meu saudoso sertão.
Bob Mur
Abril de 2009.-
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