A PENA


Pinta um tanto faz

No quê da perturbação

Nuvem que se insinua

Embaixadora




E caminha entrelaçada

Com a roupa e o cheiro

No enunciado emudecendo

Uma crença violada e rouca




Um parágrafo desacrescentado

Umedecidos olhos negros, de cegos

Na mania que impera imersos

Como é que serão os sonhos




De um passado irrealizado

Se daqui pra frente será presente

Ou quiçá uma agonia consentida

Em ciência nova que ultrapassa

O vermelho que a madrugada esconde




São discursos que a oposição aceita

Não sei.; sei lá, lá onde

Severamente me respondo

E clamo por um sinal político

Que me traga resoluto a mim




E que revele um quê talvez

Se se pinta e borda escrevendo

Ou se a linha deve ser comprada

Um significado tatuado

Nessa loja do vizinho


portal.net/almir sater - tocando em frente



Miguel Eduardo Gonçalves