Recentemente tenho visto várias manifestações de jovens e de grupos auto-denominados "Neo-Nazistas".
Acho incrível a capacidade do Ser Humano em repetir atos de estupidez, de forma cíclica, isto é, parece que uma geração de estúpidos se vai, outra nasce.
É claro que não estou generalizando, senão cairia no mesmo erro de julgamento, achando que todos os seres humanos são iguais em conceitos, o que não é verdade.
Mas é fato que, analisando-se a história, parece que esta doença, que chamo burrice, volta e meia ataca faz suas vitimas.
Neo-nazismo, nazismo, racismo, seja o que for, nada mais é que burrice.
Se as pessoas que se dizem nazistas lessem um pouquinho mais, analisassem os fatos históricos com isenção, veriam que essa palavra é um xingamento, uma afronta à inteligência humana.
Toda a filosofia nazista é baseada na tal supremacia da "raça ariana". Mas que diabos é "raça ariana"? Passei muito tempo sem saber exatamente o que isso significava e quando, através de pesquisa e leitura, descobri algumas coisinhas interessantes que aqui vou expor, fiquei imaginando como é que uma pessoa com um mínimo de inteligência pode crer nessa teoria da raça ariana como verdade.
A palavra ARIANO vem do sànscrito Aro, que significa nobre, termo meio vago para nomear povos indo-europeus, apesar de certos estudiosos acharem que não eram europeus e sim asiáticos.
Os estudiosos já gastaram muito papel tentando dirimir esta dúvida e muitos debates foram feitos.
Talvez devêssemos falar da língua.
Muitos filólogos, desde o século XVI, tentam provar o parentesco do sànscrito (língua sagrada na índia), com os idiomas europeus.
Em 1767, o padre francês Coeurdoux sustentou que o sànscrito, o latim, o grego e o eslavo pertenciam à mesma família, fato que foi fundamentado pelo filólogo alemão Franz Bopp em 1883, na sua obra Gramática Comparada.
A duvida de que eram povos europeus ou asiáticos foi finalmente resolvida por dois filólogos ingleses, Robert Gordon Lathan e Theodor Benfey, fundamentada no simples fato de que as palavras leão, tigre, camelo, não existiam na língua-mãe e portanto, os arianos não poderiam ter vindo da Ásia, continente habitado por esses animais.
Apareceram teorias as mais disparatadas possíveis, desde a desenvolvida por Theodor Poesche, professor alemão que, em 1878, apresentou um estudo que falava de um povo proto-árico, louros e de estatura elevada que provavelmente habitariam a Suécia , mas que com as glaciações do final do período terciário, procurou climas melhores, indo para a Ásia e a Europa.
Não apresentou nenhuma prova, apenas disse.
Mas absurda mesmo, foi a teoria apresentada pelo Conde Joseph Gobineau, nascido em 1816 e falecido em 1882, considerado oficialmente o inventor da tal "raça superior entre as raças humanas".
Teve o desplante de afirmar que toda a arte, a cultura, tudo que se constitui a chamada civilização humana, foi inventada pela raça ariana.
Sustentava também que só houve no mundo sete civilizações, sendo seis arianas e apenas uma não-ariana, a civilização assíria, que também deveu seu esplendor aos arianos.
Das sete civilizações, o Conde afirmava ser a germànica a mais elevada, mas não apresentou nenhuma prova cabal, nenhum raciocínio lógico, nada. Apenas disse, sequer fundamentou e foi rechaçado por toda a comunidade científica séria da época, sendo considerado motivo de chacota.
De toda esta baboseira, sem provas reais, apenas palavreado escrito por pessoas que morreram sem apresentar nenhum fundamento de suas afirmações, Adolf Hitler, apoiou-se para afirmar "que a cultura humana e a civilização estão inseparavelmente ligadas a existência dos arianos. A sua extinção ou decadência faria recair sobre o globo o véu escuro de uma época da barbárie".
Palavras ditas em seu livro "Minha Luta".
Como vocês podem notar, apenas palavreado, nada foi fundamentado na ciência ou na pesquisa.
Hitler era um ignorante, não tinha escola, veio de um lugar de horror onde era diariamente espancado por um pai bêbado, forçado muitas vezes a dormir fora de casa, no gelo, porque seu pai o proibia de dormir dentro de casa, e acabou indo tentar a vida na Alemanha.
Na verdade, era austríaco.
Tentou entrar na Escola de Belas Artes e foi rejeitado em todas as vezes, por pura incompetência e falta de talento. Vivia de biscates.
Nada entendia de história ou de antropologia.
Para ele, os alemães eram os melhores espécimes da humanidade, pensamento fundamentado em absolutamente nada, como já dissemos.
O que ele desconhecia, ou sabia e fez de conta que não sabia, era que o tal sangue alemão tinha uma boa mistura de sangue eslavo, isso sim fato cientificamente provado, raça que, para Hitler, era a mais inferior de todas, junto com a raça judaica.
Apesar de ele próprio - fato também provado historicamente - ter sangue judeu....
Por isso, acho incrível que o nazismo prolifere, até mesmo entre pessoas que se dizem "cultas".
Ou seria melhor chamá-las de "curtas"?
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