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Cronicas-->A PRACINHA -- 07/10/2003 - 19:10 (carlos guilherme kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A PRACINHA


Era uma vez no tempo do antigamente uma pracinha. Destas do interior
que só se assume pracinha se tiver coreto. Nesta cidade do antigamente havia um grupo de jovens. Deles eu era o mais magro e desajeitado. Mas isto
não importa! Importa sim, saber que esta praça girava em torno de nós. Ou nós em torno dela. Eu sei que toda cidade do interior tem sua pracinha. Mas esta era especial. É que nela desfilavam aos domingos a paixão de cada um. E desfilavam alegres, soltas, preocupadas com o tempo que não podia passar de dez da noite, felizes com nosso flerte, miseráveis em retribui-los. As flores felizes com o cheiro de sedução amavam outras no leito dos ventos. Depois das dez ali ficava os que tinham propensão para a boemia, poesia, leitura.
e sacanagem. Eu era um deles. O repertório do nosso falar enquanto eclético permitia de tudo. Menos quem tava comendo quem, assunto "prive".
Lá pelas quatro da madruga cada um tomava seu rumo, envolvidos pela calma e proteção das ruas estreitas. Na manhã seguinte tinha mais. Era imperdível a saída das normalistas com seus vestidos pregueado e abraçando os livros como
Abraça-se um namorado. Aliás, algum de nós já possuía as suas o que lhes dava direito a sentar-se num banco afastado, como afastados ficavam. Passar de dez centímetros era atentado ao pudor. Pegar a mão da amada só com permissão do delegado e o padre da paróquia. Sem contar os parentes é claro.
Mas estou eu tangenciando outra vez. Esta pracinha que eventualmente aparece nos meus sonhos marcou uma geração. Ela pariu cantores conhecidos, ARTISTAS. autores e este que vos escreve, personagem que a vida abortou. Vez por outra aparece em meus sonhos, prova cabal que ela existiu, quando comparada com as praças de hoje, plenária de traficantes e bandidos.

Carlos Guilherme Kappel
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