Campos de germinais
Nos campos de germinais
Os desejos são quase insanos
Não se pode acreditar em viver.
Não é o medo
O desfecho propulsor dessa incredulidade,
São suas próprias histórias,
Seus enredos...
Textos tão mal feitos como
Parágrafos inteiros, mentindo pra mim,
Para ti e pra toda uma universalidade.
Fugindo do singular da palavra alguém,
Negando a forma da palavra multidão..
Todos perdidos,
entre todos aqueles que se julgam iguais...
Completamente perdidos
E me desfaço do laço,
Para escrever como quero o meu credo,
Meu epílogo,
Meu Édipo...
O texto que na hora errada terminei,
Em três formas ,
Em três cores, em três histórias, que mentiram para mim, pra ti e pra nós três.
É o desejo de sobreviver
Forte como Euridice
Esperando Orfeu,
Ante ao descaso,
Traçando pactos com minhas próprias bruxas,
Sempre viva, sempre aqui,
Nesse universo que me separa da multidão,
Desse tão distante patamar que me faz
Observar sua totalidade,
Sua maldade,
Sem acreditar que somos tão diferentes assim...
Apenas aqui,
No eterno campo dos sonhos dos meus germinais.
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