Compreender...
Dizer mais do que se prevê.
Exigir do poeta
a descoberta do objeto
subliminar que reinventa a vida
num mundo sem rótulos.
Eis a missão que rói a alma sem cessar.
Mas a poesia tem preguiça,
quer a vida sem mistérios, quer o belo,
o provisório beco aberto
no pasquim do subjetivo,
um ácido vendido no supermercado,
um papo besteira,
uma esteira à beira do mar.
A poesia moderna
beira o reality show,
quer olhos mecânicos
para desvendar
os impulsos do coração.
A serviço da tecnologia,
este poema clone
tem alvo móvel
e desejos garantidos
pelo IBOPE.
Ano que vem,...
Talvez se invente
a maquina de poesia,
Por enquanto, sou útil.
MALA-DIRETA
Para 2003
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