Terapia virtual
Autor: Daniel Fiuza
13/08/2000
Nunca te vi, nem sei com tu és,
Tirastes a túnica mesmo assim,
Ti desnudastes para mim,
Em diáfanos gestos se entregastes.
Em virtual terapia me contastes,
Teus complexos, fobias e segredos,
Tudo o que esperavas e teus medos,
Falastes dos teus amores e paixões,
Da vida, dos desacertos e decepções.
Às vezes eras rebeldes, outra vez amável,
Atormentava-se em crises existenciais,
Eras sensível, instável e sentimental,
Teu corpo santuário de peregrinos
transitórios,
Em rituais de incertos sortilégios
insatisfatórios.
Amores turbulentos, efêmeros romances,
Grande sofrimento de vida, inconstante.
Queria ser rainha, soberba de verdade,
E ter o realismo da vida a felicidade,
Pedistes-me ajuda, um pouco de otimismo,
Despiu seus sentimentos me encheu de emoção,
Cativante sua presença abriu seu coração,
Tens uma realidade passageira,
Um dia és amarga e tirana rainha,
No outro purista, amável e sensível,
Uma doce e feliz feiticeira.
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