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Poesias-->Minha estrada -- 02/10/2005 - 00:38 (Ernane Calado de Souza Melo) |
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Confesso cheguei a pensar
poder viver sem teu carinho
e seguir a estrada poeirenta
onde comecei um dia
Pés descalços e peito nu
desafiando o sol e a chuva
Nas mãos, os traços firmes
dos números e das letras
que iriam se transformar
em máquinas e ferramentas
em átomos e energia
mas também céu estrelado
música e poesia
Hoje não tão firmes as mãos
a geometria dos traços
já resvala na imprecisão
dos ábacos e das curvas
Restam-me as letras
que nunca me deixaram
e a vontade de recomeçar
Pés descalços na estrada
riscando versos no céu
com a visão do sol poente
a desenhar meu horizonte
Confesso que pensei sozinho
refaria a minha estrada
Mas vejo que posso em nada
Prescindir do teu carinho
02/10/2005
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