Nada mais restaura o dia
do que quando eu passo pela rua
(em que o sol se esteira),
que a íntima saudação
de uma janela aberta.
Sempiterno convite à esperança,
sem um rosto sequer que ressoa,
e com a delicada ausência
dos olhares que furtam,
secunda o momento que me rapta,
na aparência bordada desta manhã,
que não se atreve a coexistir
com nenhum sorriso imponderável.
2005 |