O TROCO
Silva Filho
Em resposta a um ataque desferido
contra a Literatura de Cordel (2001).
Como cordelista nato
Não tolero desaforo
Muito menos desacato
Que possa causar agouro
Seja decano ou novato
Comigo entra no couro.
Um vôo cego de condor
Veio ferir o CORDEL
Por causa de um torpor
Na mente dalgum pinel
Um tremendo impostor
Puxador de carrossel.
Quem ofende o cordel
Mostra só ignorância
Vem assumir um papel
Composto de arrogância
Se tentou fazer babel
Esbarrou na sindicância.
Para burro é a leitura
De versos encordoados
Falou aquela figura
Num email desconcertado
Exibindo sua cultura
De doutor encabrestado.
Mas a história do povo
Vem pela literatura
E que se vá esse estorvo
Pegar sua ferradura
Depois um selim bem novo
Para sua curvatura.
Se burro a gente é
Ou uma classe obtusa
Essa besta pangaré
Com nossos burros não cruza
Pois o cavalo do Zé
“Dela já usa e abusa”.
/aasf/
08/01/2001.
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