Apareceste na chuva matinal,
com ar de furibundo louco,
pensando expelir o sal,
na bilis em pedaço rouco...
e eu...
de insónia,
com ar de Prometeu,
acolhi-te na hora...
só que traçaste o destino,
nas frases hediondas e grosseiras,
esquecendo-te das ondas rameiras,
a quem te ligaste sem atino...
desconheces o Amor,
a fina flor,
o dedilhar da paz.
Vens então dizer como se faz,
quando há uns tempos atrás,
abandonaste em cobardia
a nossa filosofia,
alegria...
cuidando que eu superava,
porque o amor tudo justificava...
Há feridas que só saram,
se o Amor for persistente,
desinteressado e total,
arredio da linguagem moura,
cheio de candura inteligente!
O nosso tempo expirou,
morreu a aurora,
e eu,já me fui embora...
e em ti já ninguém mora!
Só o eco é que chora...
Elvira:) |