É covardia ou economia?
(por Domingos Oliveira Medeiros)
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Aumentar o salário mínimo em setenta centavos ao dia, é covardia, assim como o preço do pão na padaria.
Banqueiro pagar menos imposto do que devia, e ganhar dinheiro todo dia, às custas de João e Maria, que pagam o tributo em dia, é covardia.
Cobrar pedágio nas estradas, sem melhorar a rodovia, é covardia.
Apagar nossa luz de noite e de dia, para economizar energia, é covardia.
E no outro dia, aumentar a tarifa, só para diminuir o prejuízo da companhia, é covardia.
Não corrigir a tabela do imposto de renda, como devia, é covardia.
Acertar acordo com a maioria, depois vetar o projeto de correção da tabela como devia, é covardia.
Flexibilizar a CLT, para trazer ao trabalhador mais garantia, na hora de negociar com a confraria, é covardia.
Pegar dinheiro emprestado, ao custo do dólar do dia, pagando a dívida em reais, convertido em dólar, sabendo que ele aumentaria, ao preço do dia, é covardia.
Manter a inflação em dia, sabendo que é fantasia, é covardia.
Assim como é fantasia, pensar que este pátria um dia, desenvolvida se tornaria, praticando a covardia, dessa inconseqüente economia.
Que aumenta por dez a sua dívida pública. Que privatiza e vende tudo. Inviabiliza esta República. Que aumenta impostos todo dia. Que vive bajulando a burguesia. É covardia.
Há oitos anos, noite e dia. Que crescemos em nostalgia. É preciso voltar a ter alegria. Ísso é covardia.
Não se vive de boato. Isso não é soberania. Isso não é mentira. É fato. É covardia.
Mais dinheiro emprestado. Prá que seria? E o nosso dinheiro, onde estaria? Ninguém faz nada. A economia, está parada. Não se produz. É o que se deduz. É covardia.
E o futuro. A Deus pertence. Ou a Jesus. Ou é o FIM. Ou seria FMI?. Que dá no mesmo. É covardia. Mais trinta bi. E não resolve. A baixaria. Do sobe- e- desce. E o risco aparece. E ao governo, só resta. A parceria. A sua prece. é covardia. O povo não merece. Nem merecia. Só resta agora. Esperar que um dia. As eleições. E a democracia. Nos traga de volta, a sabedoria. Para votarmos com ousadia. Sem covardia. Em quem de fato. Pudesse um dia. Trazer de volta a alegria. Chega de tanta utopia. E de tanta economia. Economia de emprego. Economia de investimentos. Economia de sossego. Economia de hospitais.
Economia de escolas. Economias vitais. Repletas de covardia.
Domingos Oliveira Medeiros
Reap.18d de agosto de 2002
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