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Contos-->HIstória de homem rico -- 08/10/2004 - 11:45 (Érica) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ele subiu, pela incontável vez, no seu jatinho par ir para sua ilha particular. O piloto era um novato, mal conhecia o caminho. Sentou-se ao lado dele, botou os óculos e o quépe, como se fosse um copiloto. Muniu-se de um mapa da área e logo viu sua ilha, um bom pedaço de terra no meio do mar, a muitas e muitas milhas marítimas da costa. Aquela ilha era o seu paraíso. Só uma vez permitiu que sua família o acompanhasse. E depois da vez inaugural não houve mais nenhuma.

O homem rico - ou milionário - era um homem sombrio. Gostava da solidão e resolvia todos os seus assuntos no seu cérebro. Entrava nas reuniões da diretoria das suas firmas com as soluções prontas - apenas as colocava para que os demais as anotassem e as implementassem. Por isto, as reuniões eram rápidas e eficazes. Os diretores não se queixavam, apenas resmungavam que sua experiência fosse pouco utilizada naquele conforto das não-decisões.

O homem rico se refugiava na sua ilha. Tinha uma paixão pela solidão. E agora, mais um fim-de-semana consigo mesmo. Entrava, mais uma vez, na sua depressão.

Sentou-se ao lado do piloto. E começou a dar-lhe as ordens - na linguagem típica de viagens aéreas, recomendou atenção e pressa.

O piloto obedeceu. Sobrevoaram o mar, a praia era uma tirinha branca lá longe. Logo mais, apareceu a ilha. Parecia o sexo de uma mulher: escuro, triangular, rutilante ao sol. Uma área onde logo mais mergulhariam, o avião, o piloto, ele.

Aterrissaram sem problemas. A generosidade da terra, ah a generosidade feminina. Desceram ambos do jatinho, saltando da portinhola para o chão.

Caminharam até a casa imensa, branca, arrumada e hospitaleira. Uma rede com franjas de crochê balançava na varanda, uma brisa a balançar o seu vão côncavo. Seguido pelo piloto, foram para a cozinha. Tomaram um aperitivo.

E o homem rico começou a tirar sua roupa. O piloto se arrepiou - e essa, agora. - O homem rico lhe disse - não se espante. Não quero nada contigo. Ando nu aqui em casa. Afinal é minha ilha. Se quiser, tire a roupa também.

O piloto não esperou outra ordem. Tirou a roupa e os dois homens passaram o dia ali, nus e felizes.

Nesta história toda não acontece absolutamente nada. É o nada mais nada, resultante em nada.

Sabemos muito pouco do homem rico, só o que aqui foi contado em termos de suas extravagâncias, sua solidão e sua depressão - e, talvez, seu egoísmo em relação a família e sua prepotência em relação aos diretores de suas firmas. Sabemos menos ainda sobre o piloto.

Reconstruímos uma cena de algumas horas na vida de um homem rico com seu piloto inexperiente e feliz da vida por trabalhar com uma pessoa assim importante.

O que é um conto e o que é real? Não poderia dizer. A história aí está. Ponto final.
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Érica Eye
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