Na imensidão do horizonte,
Perco-me no deserto que estou de você...
Na beleza estonteante do meu mais puro amor
Que sufoca a garganta, tornando maior meu sofrimento...
Saudades! Desespero, areia...
A dor intensa atinge o peito.
E na sensação, sinto que não vou resistir!
Tanta melancolia, tantas tristezas e vazios...
Onde estará o meu verdadeiro e eterno amor?
Lágrimas soltas derramam minha dor!
No fim do entardecer o por do sol assiste o martírio
Procuro você no sol, nas gaivotas, nas dunas, só cactos e areia...
Na ficção da miragem sinto tua presença
Na brisa suave que alisa meu rosto, sinto tuas mãos em mim...
Corro ao seu encontro... Sinto você... É você!
Sim, é você, meu amor...
Num abraço sou um grão de areia no oásis
Do teu corpo, e a felicidade é completa, sonho...
Anjos povoam meus sonhos, e ao som da valsa celestial nossas almas bailam
apaixonadamente, rodopiamos, embalados pela aura do vento quente...
Sinto o toque dos teus dedos, riscando minha pele, meu corpo que extasiado, se
deixa levar...
E quando o manto da noite adormece o sol, nos beijamos suavemente, e no
delírio da ilusão, um raio de intensa luz, corta o céu da
minh’alma, e vejo tua imagem sumir lentamente no horizonte...
Inerte meu corpo, estendo-lhe as mãos, mas você se esvai...
Desperto do meu sonho e o vento que sopra forte, trás a realidade da sua
ausência!
A febre do seu corpo junto ao meu, ainda queima, arde a entranha, doe!
Sinto que está ao meu lado, sem estar. Quem é você para fazer-me
tão feliz e triste?
Minha loucura é você, a ternura vem de você, pode me aparecer?
Preciso novamente te rever...
12/09/2004 |