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Poesias-->Memórias de Algodão Doce -- 10/12/2000 - 14:44 (Fernanda Guimarães) |
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Memórias de Algodão Doce
Minhas bonecas ainda espreguiçam-se
Largadas e desbotadas em prateleiras
Onde minha inocência desfila em laços de fita
Brinquedos quebrados, sorrisos de borboleta
Em sobressaltos revoam pela memória
Há pedaços da minha infância
Cantando pelos cantos da casa
Contemplam meus olhares engravatados
E fazem meu corpo viajar afoito
Em nuvens coloridas de algodão doce
Cândidos, arrastam-me em cirandas
E de mãos dadas com outras estrelas
Deslizam em carrosséis lunares
Fazem minhas pernas indecisas
Correrem pelos espelhos dos meus labirintos
Instigam-me a subir na mais alta árvore
Eriçando meus arrepios contidos
Há uma chuva de sonhos espiando-me
Seduzindo minha coragem que dormita
Em canteiros de lis, numa tarde que padece.
E essa voz de criança que me sacode,
Desenhando em meu rosto marcado,
Um olhar guloso com aroma de vida?
© Nandinha Guimarães
Em 10.12.00
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