Conta-se que num reino distante. Muito distante. Muito além da infinitude da nossa imaginação. Um povo risonho era governado por um tirano BUCÉFALO e metido a intelectual.
Mas não se sabe, se, por bem ou por mal, quanto mais aquela raça de BOTOCUDOS sofria e penava, quanto mais festejava o advento do carnaval.
- O carnaval era uma festa pagã. Pagã e paga! Paga em moedas de coloração verdejante e valor do mais rico metal.
Certo dia, cortando o céu de uma tarde de verão, surgiu uma águia que trazia no bico uma pena de canarinho presa nas suas garras de dragão.
A ave carnívora sobrevoou a praia encobertada por nádegas desnudas, e anunciou:
- Vim para ver meu filho! O filho amado que sempre honra o pai. Aquele que, mesmo longe dos meus olhos, nunca deixou de se curvar ante o poder do meu cetro universal. Graças à sua obediência sega; gigante me fez, gigante sou, e gigante serei para sempre.
Atentos ao pronunciamento dessas sábias e soberanas palavras os BOTOCUDOS emudeceram. Trombetas ecoaram nos quatros cantos da terra. Anunciando o início e o baile do Municipal.