TUAS MÃOS
Tenho saudade de tuas mãos.
Fortes, firmes, suaves,
tão contraditórias!
Nas carícias,
como luvas aveludadas
com dedos de pluma.
Na alegria,
quase me sufocando nos abraços,
participando e prolongando o bom momento.
Na tristeza,
percorrendo-me o rosto,
enxugando-me as lágrimas,
acolhendo a dor partilhada.
Tenho saudade de tuas mãos
na minha face,
no meu corpo,
nos meus pés,
despertando o tesão
onde quer que tocassem.
No banho,
cheinhas de espuma,
agarravam meus seios,
brincando com eles como se fossem crianças,
rindo de prazer quando eles te fugiam,
e agarrando de novo com força
para vê-los de novo escapar...
Na cama, no sofá, no chão,
nunca importava onde,
teus dedos brincavam em meu sexo,
enquanto te encantava o meu prazer.
Tuas mãos brincavam lá em baixo
enquanto, aqui em cima,
sorrias para mim, lambendo meu sorriso.
E rias de mim quando perguntava
o que fazias que me dava tanto gozo.
Rias e te calavas, como um apaixonado
consciente de que não pode dar as dicas do sucesso.
E, depois do amor bem feito,
eu as via repousando no meu corpo,
calmas, não de todo paradas, não cansadas,
parecendo de novo querer mais.
Hoje, tantos anos depois,
inda sinto tuas mãos.
E quando tento substituí-las pelas minhas,
não consigo, não sei, não me ensinaste...
Tenho saudade de tuas mãos que foram minhas
e tu, partindo, m"as roubaste...
Leiam o Depoimento do momento singular da criação deste poema:
UM MOMENTO ESPECIAL DA CRIAÇÃO POÉTICA - A POESIA DA POESIA
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