Tempos de sã folia,
ânima livre, louca,
voz de paixão sinfonia,
língua molhada e rouca...
Saudades de outrora,
quando eu e tu, na aurora,
molhávmos os bancos de jardim,
salivas e corpos de cetim...
No chão da vida que nos espreitava...
sem qualquer maleita,
éramos ciganos do Amor...
e agora?
Cuidamos da palavra,
sofremos a estocada,
receamos a cena cansada...
a vida tragou-nos a novidade,
porque o zelo e a caridade,
fizeram ninho na leviandade,
sadia de outrora,
sem culpa nenhuma...
De quem é a verdade?
Parece que ganhou a realidade...
Infelizes nós,
felizes vós!
Saudades de outra Voz!
Elvira:)
|