O REPRESENTANTE COMERCIAL
(Homenagem em 01 de outubro de 2005, na Câmara Municipal de João Pessoa, em sessão presidida pelo Vereador Geraldo Amorim)
1. Desde os primórdios dos tempos
Segundo antigos relatos,
O comércio dos produtos
Acontecia de fato
Por gente habilidosa
Simpática, de boa prosa,
Boa visão e bom trato.
2. O vendedor é o retrato
De um perfeito embaixador
Com sua diplomacia
Ao tratar com o comprador
Leva e traz informações,
É Correio nos sertões...
Do progresso é condutor.
3. “Na verdade, o vendedor
Já nasce com essa arte”
É o que sempre se dizia
E eu mesmo li num encarte.
Na Índia, a casta Vaishya
Entre as demais, abrangia
Os vendedores à parte.
4. Quem exercita a leitura
E dá valor à memória
Lembra que a Antiga Fenícia
Segundo relata a História
Só praticando negócios
Fez dos momentos de ócio
Muitas riquezas e glória.
5. Os fenícios de outrora
Após sofrerem revezes,
Cederam o lugar na história
Aos atuais libaneses;
São estes, atualmente,
Negociantes de frente,
Sabem adular os fregueses.
6. Na Idade Média, os burgueses
Compravam das CARAVANAS
DE MERCADORES que andavam
Por horas, dias, semanas,
Meses, anos... sem destino,
Vendendo produtos finos,
Feito famílias ciganas.
7. Os árabes deram à Europa
A prática comercial,
Ao ocuparem a Espanha
E o Sul de Portugal.
E o nosso irmão português
Legou-nos, por sua vez,
Na época colonial.
8. Foram diversas etapas
Também aqui no Brasil,
Para o desenvolvimento
Do negócio mercantil:
As entradas no Sertão
O mascate, o regatão...
Muito mais coisa se viu.
9. Quem não lembra SEU XIXI
Lá da Vila dos Confins -
Do escritor Mário Palmério –
Que, por estradas ruins,
Caminhos, veredas, grotas,
Fazia a pé suas rotas,
Cruzando sertões sem fim?!
10. Quem esqueceu SEU QUE-QUÉ
Do seriado da Globo,
O caixeiro-viajante
Que nada tinha de bobo,
Família em cada cidade,
Três esposas com saudade;
Três ovelhas... um só lobo?!
11. Nos tempos de hoje em dia
Já não se faz como outrora
Não existem mais mascates,
Rodando o Brasil afora
E os caixeiros-viajantes
São nossos REPRESENTANTES
COMERCIAIS de agora.
12. Quem é que na sua infância
Não conheceu, bem de perto,
Um desses representantes
Comerciais, sempre esperto,
Com sua grossa maleta
Quase sempre na cor preta
E um sorriso aberto...
13. Chegavam nos consultórios
De médicos e dentistas,
Nas lojas comerciais;
Mostravam suas revistas,
Panfletos, folders, encartes...
Verdadeiras obras d’ arte
Dessas de encher a vista.
14. Iniciavam a conquista
Do freguês, sempre indeciso,
Deixavam amostras grátis,
Davam brindes, se preciso.
Falavam com tanto jeito,
Que ao despedir-se, o sujeito
Tinha nos lábios um sorriso.
15. Hoje o REPRESENTANTE
COMERCIAL cumpre cota,
Tem destinos definidos,
Não pode mudar a rota.
Mas pode aumentar as vendas
E todas as encomendas,
Com muito zelo, ele anota.
16. Só falta ser poliglota -
E alguns até o são...
Dependendo da empresa
Do cliente ou região;
Fala espanhol, fala inglês
Até, conforme o freguês,
Fala o idioma alemão.
17. Pra fazer bem a lição
Conforme determinado,
Muitos usam carro próprio
Outros, carro alugado;
Ônibus, motocicleta,
Já não se tem o atleta
Que andava a pé no passado.
18. Pra colocar no mercado
A sua mercadoria,
Com tanto produto igual
E marcas de fantasia
Tem que ser competitivo
Pois se não for bem ativo
Perde venda a cada dia.
19. Tem que ter sabedoria
Sempre respeitar a ética,
Pra conseguir superar
Os demais na dialética
Enfrentar a concorrência
Não basta ter eloqüência
E saber aritmética.
20. Não carece boa estética
Basta discreta elegância.
Não tem que ser desleal,
Nem vencer pela ganância.
E mesmo que um cliente
Seja um tanto prepotente
Não devolva ignorância.
21. É de suma importância
A tarefa desses homens
Os nossos REPRESENTANTES
COMERCIAIS. E seus nomes
São lembrados neste instante,
Como bravos bandeirantes,
Que não há força que dome.
22. Às homenagens se some
Este cordel que lhes faço
O país lhes deve muito
Eu só revelei uns traços,
Ao descrever o perfil
Desses heróis do Brasil,
A quem deixo meu abraço.
23. Aproveitando o espaço,
Que a Mesa concedeu
Agradeço a MARCOS SOUZA
Porque a mim escolheu
Pra trazer esta mensagem
Por versos, em homenagem
A cada colega seu.
J Já soma quarenta anos
O O batismo de vocês
A Através de Lei de número
Q Quatro, oito, oito, seis,
U Um conjunto de preceitos
I Instituiu-lhes direitos
M Mas deveres também fez...
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